Quem sou eu
- Camila Marim
- 36 anos, curiosa e viajante. Nas horas vagas, também dona de casa, professora e enfermeira.
segunda-feira, dezembro 06, 2010
Um pijama listrado e um rio de lágrimas
Eu sei que não há nada mais batido no cinema que filmes sobre o holocausto. Talvez por isso não tenha feito questão de assistir ao "O menino do pijama listrado" quando saiu no cinema. Achei que não acrescentaria nada ao tema, nem à expectadora.
Neste domingo, percebi meu ledo engano. O filme pode não acrescentar muito ao tema do holocausto, mas é sublime em fazer refletir sobre a humanidade. Não só por mostrar a visão de uma criança de momentos históricos tão terríveis, mas também por retratar momentos de uma história fictícia que representam tanto sobre a nossa vida.
Nada do que eu escrever aqui poderá estragar 1 segundo sequer, então tomarei a liberdade de falar sobre alguns momentos muito especiais pra mim, que merecem ser destacados:
- Todos relacionados ao personagem Pavel são comoventes: sua resiliência, sua bondade mantida mesmo diante de tanto sofrimento e injustiça, seu olhar enquanto descasca as batatas... muitas lágrimas arrancadas dos meus olhos.
- O sofrimento de uma criança de 8 anos ao ser desleal com um amigo, por puro medo. Coagir alguém é uma das coisas mais abomináveis que se pode fazer, mas coagir uma criança, sem maturidade para impor sua vontade e aquilo que acredita ser correto, é uma maldade sem fim.
- A dor feminina da submissão. Como dói ver aquela mãe definhando a cada dia que passa, sua revolta contida e atrasada...
- Como uma mentira bem contada se transforma em verdade absoluta e faz um pai de família, uma menina de 12 anos, toda uma nação, não perceberem o absurdo de matar em massa milhões de pessoas por um motivo pífio, com requintes de crueldade desnecessária (pleonasmo não? Crueldade é sempre desnecessária).
- E, acima de tudo, como é humana a fraternidade, retratada tão lindamente pelos 2 meninos.
E lá se foi um rio de lágrimas... pela história fictícia, pela história real da época e de hoje, quando matar ainda é tão "barato" e a crueldade ainda é tão presente, contrariando tudo o que é natural.
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