Porque metade de mim é o que eu falo e a outra metade é o que eu calo.
Porque metade de mim é o que os meus olhos mostram e a outra metade é o que se revela em diálogos.
Metade
Oswaldo Montenegro
Que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que anseio
Que a morte de tudo em que acredito
Não me tape os ouvidos e a boca
Porque metade de mim é o que eu grito
Mas a outra metade é silêncio
(...)
Que não seja preciso mais que uma simples alegria
Pra me fazer aquietar o espírito
E que o teu silêncio me fale cada vez mais
Porque metade de mim é abrigo
Mas a outra metade é cansaço
(...)
E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é amor
E a outra metade também
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