A estrada fez uma curva, sempre fui contra elas. Pra quê dar voltas quando sabe onde se quer chegar e que o menor trecho entre os dois pontos é uma linha reta? Por isso gosto tanto da Imigrantes, dentre outros motivos que não interessam agora. Mas o fato é que a estrada fez uma curva, sem sinalização, nem nada. Se eu tivesse pernas boas pra andar, juro que teria seguido reto, abrindo picadas no mato e agüentando as picadas dos mosquitos. Até pensei, desci do carro por um instante, tentei ver o quanto conseguia me embrenhar mato à dentro, mas estava mais complicado do que eu pensava. Falta de prática, de força, de instrumentos adequados, sei lá. Voltei pro carro, conformada e comecei a curva. Uma atrás da outra, as danadas. E agora sem placas, pra eu não ter certeza do destino. Logo comigo, que adoro placa e sinalização e só dirijo de óculos pra prestar mais atenção nelas, decorando cidade por cidade que passei. Fiquei torcendo pra aquele monte de curva ser igual a Serra das Araras, que eu gosto tanto quanto a Imigrantes, e por tantos outros motivos que aqui também não interessam. Pra ser dessas serras que a gente pára pra tomar água de coco, observar a vista e, quem sabe, até registrar o momento numa foto. Mas que você sabe exatamente onde vai dar e é no mesmo lugar que a pretensa reta te levaria.
Quem sou eu
- Camila Marim
- 36 anos, curiosa e viajante. Nas horas vagas, também dona de casa, professora e enfermeira.
quarta-feira, janeiro 14, 2009
A estrada
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