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36 anos, curiosa e viajante. Nas horas vagas, também dona de casa, professora e enfermeira.

domingo, dezembro 13, 2009

Pisca-pisca

"...a vida, Senhor Visconde, é um pisca-pisca.
A gente nasce, isto é, começa a piscar.
Quem pára de piscar, chegou ao fim, morreu.
Piscar é abrir e fechar os olhos – viver é isso.
É um dorme-e-acorda, dorme-e-acorda, até que dorme e não acorda mais.(...)
A vida das gentes neste mundo, senhor sabugo, é isso.
Um rosário de piscadas.
Cada pisco é um dia.
pisca e mama;
pisca e anda;
pisca e brinca;
pisca e estuda;
pisca e ama;
pisca e cria filhos;
pisca e geme os reumatismos;
por fim, pisca pela última vez e morre.
– E depois que morre – perguntou o Visconde.
– Depois que morre, vira hipótese.
"

Monteiro Lobato, em Memórias da Emília. Genial essa boneca!

Declaração de amor

Não vou brincar com a palavra amor, como Drummond nos advertiu a não fazê-lo hoje no museu. Mas vou colocá-la nas bolas de sabão para, quando elas estourarem, derramarem ainda mais amor sobre nós. Como um sentimento que copula e procria, se multiplicando de todas as formas. E farei essa declaração de amor, como todas as declarações de amor: às dúzias e desnecessárias. Porque o amor não precisa delas para existir, nem tão pouco para se manifestar. Mas porque todas as declarações de amor são permeadas pela paixão, que dá aquela pitada de tempero à comida já tão saborosa. E com nossa paixão, que nutrimos cotidianamente, declaro agora meu amor por você, esse que existe e ponto. Porque é, porque há.