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36 anos, curiosa e viajante. Nas horas vagas, também dona de casa, professora e enfermeira.

domingo, outubro 26, 2014

Minha visão dos fatos

Fiquei quietinha durante toda a campanha eleitoral, especialmente após o primeiro turno, porque o resultado já havia me decepcionado o suficiente. Não por ser ingênua, não acreditava que qualquer pessoa ou partido bem intencionado fosse se eleger, mas porque esperava que os votos em alternativas de governo poderiam ser mais expressivos depois de junho de 2013.

Infelizmente, um pouco da minha sensação pessimista na época daquelas manifestações de junho se confirmou ao término da apuração do primeiro turno. E ano passado eu não me calei tanto, mas também não deixei claro que achava tudo um fogo de palha sem fim. Pouca gente sabia o que estava fazendo na rua e o discurso passava longe da uniformidade.

De qualquer forma, nem em meu pior momento de pessimismo acreditava que pudesse ser possível essa guerra de egoísmos e vaidades que se transformou a campanha deste ano. E, mais uma vez infelizmente, eu não estou falando só dos candidatos e seus partidos, farinha do mesmo saco na minha modesta opinião. Estou falando das pessoas, conhecidas minhas ou não, que se manifestaram de forma tão infeliz nas redes sociais, nas ruas e em discussões mais íntimas. Não tenho nada contra posicionamentos políticos, pelo contrário, mas o que vimos por aqui não foi isso. Desculpem-me os que se manifestaram e acharam adequadas suas colocações. Mas TUDO o que eu li e boa parte do que ouvi não passou de uma arrogância absurda.

Eu sinto muito fazer parte disso. Não porque agora vivemos num país dividido ou pelo resultado da eleição. Sinto muito viver em um lugar onde as pessoas são tão agressivas e preconceituosas em discurso (de ambos os lados que se manifestaram), mas tão pouco pró ativas para executarem o que pensam ser correto.

Já disse tantas vezes e repito, porque essa polarização ridícula não mudou em nada esse cenário, que, enquanto acharmos aceitável esse abismo social e essas corrupções cotidianas de toda a população, nunca viveremos em um país com segurança e condições econômicas que tantos alardeiam querer ou de saúde e educação para todos que tantos almejam e precisam. E quem diz que se preocupa com o outro, pouco está fazendo por isso também. Logo, nenhum de nós tem moral para falar um do outro. Muito menos para posar de dono da verdade igual tantos estão fazendo.

Por fim, viver em democracia é aceitar que todos os cidadãos participam com equidade do governo, através da escolha de seus representantes. E aceitar que os representantes estão eleitos, o legislativo formado como reflexo da nossa sociedade e o executivo de acordo com as expectativas da maioria.

Ficar insatisfeito não dá direito a ninguém de inventar histórias escalafobéticas ou dizer que o outro não poderá reclamar. Faça diferença você! E comece pela boa educação e pela ética. E se a insatisfação é tão grande ao ponto de você querer separações ou mudanças de país, simplesmente reflita de verdade se é o que deseja e tome atitudes em relação a isso, ao invés de ficar vomitando sua irritação aos quatro ventos para amanhã acordar como se nada tivesse acontecido.

E, se ficou satisfeito, cobre de seus representantes o que o levou a votar neles. Permaneça atento. Deixe a arrogância de lado, se não puder eliminá-la, e entenda que a efetividade dos seus candidatos nos pontos que você aprova só acontece porque há oposição, não importa se ela é esquerda, direita, centro, amarela ou lilás. Deixe pra trás essa postura tão feia das últimas semanas e ajude os seus candidatos a governarem para todos, porque só assim eles serão bem sucedidos.
 
E, por favor, não justifiquem essa palhaçada que assistimos de ambos os lados com a tão famosa "liberdade de expressão". Não existe liberdade sem respeito.
 
E como sempre é tempo, que tal nos respeitarmos a partir de agora? ;)

quarta-feira, outubro 08, 2014

Escrever

"Pra mim, e isso pode ser muito pessoal, escrever é enfiar um dedo na garganta. Depois, claro, você peneira essa gosma, amolda-a, transforma. Pode até sair uma flor. Mas o momento decisivo é o dedo na garganta."
Caio Fernando Abreu

domingo, agosto 10, 2014

Viagens

Eu não acredito em conceitos pré-definidos, não acredito em verdades universais, não acredito em pior ou melhor. Quando viajo não tenho saudades de casa ou da comida ou de valores. Eu apenas me entrego, tento me abrir a novas perspectivas e sempre trago na bagagem muitas novas ideias e sensações.

Porque nunca ninguém me convencerá que arroz e feijão é melhor que pasta ou esta é melhor que foie gras (sejam quais forem as comidas e sua ordem colocada nesta sentença). Eu experimento tudo e sei que meu paladar muitas vezes não combina com o dos outros.

Nunca me convencerão ainda que alguém é melhor ou mais elegante porque depila as pernas, penteia o cabelo ou esmalta as unhas. Ou porque usa cores pastel e tailleur e não uma túnica colorida. Ou porque tem 50, 60 ou 70 quilos. Isso não depende do que eu acho bonito, até porque beleza também é um conceito cultural.

Apesar de me incomodar com algumas características, como intolerância e lentidão de raciocínio, eu não tenho muito preconceito com pessoas, como todos sempre dizem não ter. Mas me orgulho de não ter preconceito também com cheiros, sabores, estilos e modos de vida. Juízo de valor é algo que só faz sentido quando alguém é prejudicado por outro.

Viajar sempre me deixa isso claro: "cuidado com seus julgamentos, dos mais banais aos mais relevantes". Volto sempre com um acréscimo de conhecimentos sobre o mundo e sobre mim mesma.

E, pra mim, melhor mesmo é o que coloca um sorriso no rosto. E muitas coisas diferentes são capazes de me fazer sorrir, principalmente viagens e arte. Mas eu sei que os outros sorriem por diferentes motivos. Ainda bem, enfadonho seria o contrário. Importante é ser feliz com o que se é e onde se quer. Eu sou feliz no mundo.

quarta-feira, abril 30, 2014

Tá confuso...

Eu não sei se o que incomoda mais é o egoísmo ou a agressividade. Mas esse mundo novo, de indivíduos autocentrados falando que felicidade é fazer o que se quer, sem pensar nos outros ou nas consequências, não me agrada muito não. Mas virou moda, fazer o que?

 E, te aviso, se você não concordar com essa “vibe” é por puro “recalque” (manja criança quando aprende palavrinha nova? Essa é a da vez da galera. E eu nem vou tocar no assunto do significado dela, porque isso seria muito recalque).

 E aí, esse mesmo mundo novo, de “não tô nem aí, faço mesmo” (ou "beijinho no ombro", se você preferir) resolve levantar bandeiras. Mas é tanta bandeira, meu irmão, que não dá nem pra saber o que o povo quer ou pensa de verdade. É um tal de “somos todos macacos”, “não vai ter copa” e defesa de tanta minoria que eu estou até começando a achar que faço parte de alguma. Afinal, também é moda né gente? Ser minoria ou, pelo menos, defender alguma delas uma vez por semana, no mínimo.

E, te aviso mais uma vez, se você não faz isso é porque é preconceituoso, faz parte de uma elite branca, direitista e alienada. E, só pra te deixar bem atualizado, não tem nada mais “out” que isso. Vai por mim. Mas, lembra que é pra ser assim só na internet, heim? Pode continuar tratando os outros com superioridade e sendo o dono da razão, “de boa”.

 Eu, do lado de cá da tela, ando totalmente perdida pra entender e definir o mundo que eu vivo. E está difícil ser moderna, gente! Você tem que ter uma opinião, se colocar, é feio ficar em cima do muro. Mas, se você falar, tem que ser em uníssono com a maioria (ou com a minoria, sei lá), do contrário é burro (pra usar uma palavra bem amena).

Sei não, ou minhas "timelines" tem muita gente obtusa, ou estou muito antiquada, ou a coerência mandou lembrança, ou perdi a capacidade de interpretar um texto, ou as pessoas perderam totalmente o humor, ou agora é bonito ser rude, ou agora é tudo isso misturado e é bom se acostumar. “Não tá fácil pra ninguém”.

quinta-feira, fevereiro 27, 2014

"Antes da meia-noite"




Hoje assisti "Antes da meia-noite". Pra mim, o melhor da trilogia. Várias coisas nesse filme me
agradaram.

Primeiro, a idéia do livro perfeito que ele compartilha num balcão com vista pro mar. O encontro de várias pessoas com algum problema mental e a análise de suas percepções. Fala sério! Queria ler ontem um livro como esse.

Em segundo lugar, a conversa “de verdade” no almoço na Grécia (ah, os europeus, sempre anos luz a nossa frente!). Como é bom ouvir uma conversa de pessoas falando o que pensam, sem melindres ou jogos.

E, por último e o melhor: a beleza do amor maduro. O que permite a real intimidade, o espaço para dúvidas, a dança entre o cotidiano e os devaneios e a certeza de que, em um relacionamento, quando alguém ganha, todos perdem.