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36 anos, curiosa e viajante. Nas horas vagas, também dona de casa, professora e enfermeira.

quinta-feira, agosto 28, 2008

Vida de adulto

Não sei se é porque hoje estou me sentindo particularmente cansada, mas essa tal vida de adulto está longe de ser fácil.

A gente trabalha feito burro de carga, cada dia mais, cada vez com mais cobranças, em um mundo de competitividade brutal.

A expectativa de vida subiu e, num paradoxo grotesco, a idade auge da vida diminuiu. Antes idade era sinônimo de experiente, hoje de ultrapassado.

Sabemos que a previdência vai estar absolutamente falida quando tivermos direito aos nossos dias de merecida folga. E não conseguimos fazer um sólido pé-de-meia pra poder aproveitá-los com dignidade, mesmo trabalhando tanto.

Constantemente somos enganados pelas instituições financeiras, pelos prestadores de serviços essenciais e supérfluos e por tantos outros e, simplesmente, não temos pra quem reclamar por conta das famosas letrinhas no rodapé e pela morosidade e incompetência dos órgãos que são pagos com nosso dinheiro para nos “defender”.

Cansa, irrita e quase revolta.

Mas, como decidi ser uma otimista incurável e continuo acreditando que o pessimismo é a defesa dos fracos (post de 18/04 ), resolvi tentar procurar os pontos positivos.

E são tantos... Felizmente.

Mesmo com poucos dias de férias, quando se é adulto você pode viajar pra lugares que antes não passavam de um sonho. E poucas coisas na vida são tão prazerosas quanto viajar (e não há nenhuma mais prazerosa).

Namoro de adulto é muito mais gostoso. Sem tantas neuroses, com mais liberdade, mais conteúdo e mais satisfação.

Suas amizades são duradouras e verdadeiras e não acabam com o ano letivo. Você pode partilhar coisas que antes tinha vergonha e sabe com quem pode contar, apesar da distância e do tempo.

A independência é algo impagável e o prazer de conquistá-la, inenarrável. Nada como poder realizar as suas vontades sem ter que dar tanta satisfação...

E a maturidade maravilhosa. Ler um livro e entender melhor as linhas e entrelinhas, aprender sobre a beleza da tolerância e da paciência, ser eclético e menos fanático com as coisas. E mais uma série que daria um livro que não cabe aqui.

Mas que às vezes cansa, cansa...

terça-feira, agosto 26, 2008

E até quem me vê na fila do pão

Ultimo Romance
Los Hermanos - Composição: Rodrigo Amarante

Eu encontrei-a quando não quis
mais procurar o meu amor
E quanto levou foi pr'eu merecer
antes um mês e eu já não sei
E até quem me vê lendo o jornal
na fila do pão sabe que eu te encontrei
E ninguém dirá que é tarde demais
que é tão diferente assim
Do nosso amor a gente é que sabe, pequena
Ah vai!Me diz o que é o sufoco que eu te mostro alguém
afim de te acompanhar
E se o caso for de ir à praia eu levo essa casa numa sacola
Eu encontrei-a e quis duvidar
Tanto clichê deve não ser
Você me falou pr'eu não me preocupar
ter fé e ver coragem no amor
E só de te ver eu penso em trocar
a minha TV num jeito de te levar
a qualquer lugar que você queira
e ir onde o vento for, que pra nós dois
sair de casa já é se aventurar
Ah vai, me diz o que é o sossego
que eu te mostro alguém afim de te acompanhar
E se o tempo for te levar
eu sigo essa hora e pego carona pra te acompanhar

domingo, agosto 24, 2008

Quem dera

Quem dera meus olhos fossem transparentes
E você pudesse enxergar através deles
Tudo aquilo que não consigo expressar.

Que pudesse ler na minha alma
A frase que fica enroscada na garganta
Cada vez que encontro seu olhar.

Na incerteza da clareza deles,
Me pego sussurrando nas suas costas
O que eu anseio te contar.

“É que eu preciso dizer que te amo”
Mas me falta coragem pra falar.

Desencontros

Podia ser tudo mais fácil.
Olharmos um pro outro e percebermos tudo,
As palavras não ditas,
Os sentimentos camuflados,
Os pensamentos ocultos na imensidão de nós.

Podíamos ser completamente racionais.
Deixarmos minhas meninices de lado,
Minhas lágrimas tolas,
Nossa falta de jeito,
A incapacidade de explicar o que não é lógico.

E, nesse caminho de tentar acertar,
Tropeçamos de repente
Nos desencontros pra se encontrar.

segunda-feira, agosto 04, 2008

Paz

De tudo que vivi nesses anos, ficou a sensação da busca incessante. Sempre a procura de um trabalho que me realizasse, de ideais de vida que me norteassem, de amigos sinceros que me amparassem, de momentos mágicos que se eternizassem, de uma paz que nunca chegava.

Parte de mim, ainda busca e espera. Sinal de vida, acredito eu. Mas a outra parte sente que a paz chegou. Fico tentando encontrar palavras que descrevam, mas que bobagem a minha... não há o que descrever, nem tão pouco é preciso descrever.

Homens que se superam

Falando em homens que se superam, essa frase do Tom Hanks:
"Minha mulher me tornou 100% homem. Antes de conhecê-la eu era + ou - 68% homem".

Dá pra ser menos perfeito?

Sabe o tipo de pessoa que quanto mais você conhece, mais vira fã. Eu nem conheço propriamente essa, mas sou fã número zero a cada dia que passa: Wagner Moura.

O cara solta numa entrevista com a Marília Gabriela (aliás toda a entrevista é apaixonante): “Um dia acho que o homem vai descobrir que é Deus. Não porque Deus não existe, existe porque o homem o criou a sua imagem e semelhança, pra se ver assim de uma forma abstrata, etérea” (trecho adaptado por mim, depois de assistir 2 vezes e ficar inconformada que ninguém ainda colocou no youtube). Como pode alguém conseguir descrever tão bem o que pensamos?

Fala da mulher dele com um carinho explícito no olhar que chega a comover. Essa tal de San é uma mulher de muita sorte. E imagina que ele, em suas próprias palavras, está nu diante dela, deixando-a fazer uma espécie de making of da peça Hamlet.

Vai no Irritando Fernanda Yang e é o único honesto capaz de responder Paca em todas as questões do “Paca, Pouco ou Picas” (pra quem nunca viu o programa, é uma parte em que ela pergunta se determinadas coisas te irritam paca, pouco ou picas).

E, além de tudo, descreve a paternidade como algo indescritível, enquanto sua linguagem corporal diz tudo. Podia ficar aqui descrevendo mais um monte de coisas que assisti nos últimos tempos com o rapaz...

No mais, não há quem discorde que ele é absolutamente brilhante em tudo o que faz na TV, no teatro ou no cinema.

Dá pra ser menos perfeito?