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36 anos, curiosa e viajante. Nas horas vagas, também dona de casa, professora e enfermeira.

quarta-feira, junho 12, 2013

Inconsequência

Ultimamente tenho percebido um certo fenômeno estranho acontecendo por aí. Algumas pessoas perderam a noção de responsabilidade. Não, não é essa formal que talvez tenha passado por sua cabeça (essa pode estar faltando também). Estou falando da capacidade de se responsabilizar pelos seus atos, de parar de culpar os outros, o sistema, a maldade humana, a superficialidade, deus ou qualquer outra entidade/ser/coisa por tudo que dá errado.

É uma inconsequência total, como se tudo que é feito pudesse ser desfeito, tudo que é dito pudesse ser "desdito". E nem sempre é assim. Há coisas que são definitivas ou ainda que transformam definitivamente outras. Relações são construções e nem sempre uma reforma reconstrói algo da maneira como era. Confiança se conquista com muito tempo e se perde num segundo, bem querer é uma evolução da identificação e acaba com poucas ações destrutivas. Pedidos de desculpas e reações tardias, podem ser... tardias.

Fico imaginando que essas pessoas andam de marretas nas mãos sem entender a força e o que uma marretada pode causar. E quando descobrirem, terão muitas ruínas ao seu redor talvez sem entender o motivo de tudo. Quase que como para se protegerem de saber que foram elas mesmas, sozinhas e com sua falta de consciência brutal, que causaram tudo aquilo. Tomara! Ou não...

segunda-feira, maio 20, 2013

Incoerências (ou #prontofalei)

Não sei se estou ficando velha e chata, mas todo mundo anda com um discurso tão politicamente correto, tão enfadonho e tão desconectado de suas práticas...

Prometi não dar minhas opiniões no outro post, mas o blog é meu, entra quem quer e continua lendo quem ainda quiser. Não quer, passeia em outro site! Sem problemas, continuamos amigos. É que minha paciência anda pequena, pequena... do tamanho da coerência das pessoas.

Todo mundo "intelectual" é "de esquerda" só porque crescemos sendo ensinados que isso é um sinal de inteligência, de cultura. As pessoas ainda acreditam num socialismo que nem os comunistas mais ferrenhos (entre os que não ganham nada atualmente com isso, é claro) ainda defendem, porque até eles perceberam que as ditaduras socialistas não deram certo. Assim como nossa falsa democracia capitalista também não dá.

Mas o fato é que todo mundo que defende as cotas e os "bolsa-quaquercoisa" paternalistas (no pior sentido que a palavra pode ter), estudou, estuda e/ou vai colocar os filhos pra estudar nos melhores colégios privados e muito bem pagos. E quando a universidade pública estiver pior do que está vai perder seu status tal qual o ensino fundamental público perdeu no passado (e aí vão colocar os filhos na faculdade privada também).

Todo mundo que defende a atenção básica de saúde faz questão de ter acesso a algum plano privado de saúde e procura o melhor médico especialista quando se trata do seu filho ou o pronto-socorro mais próximo quando tem febre. Não conheci ninguém dessa turma que só bebesse água, repousasse e observasse por 3 dias um quadro gripal e que procurasse uma unidade básica de saúde quando isso acontece.

Todo mundo que defende que precisamos proteger as "crianças" menores de 18 anos morre de medo quando passa por uma delas, o mais longe possível diga-se de passagem (ou vai me dizer que alguém se aproxima pra tentar ajudar?). E assim por diante, acho que já deu pra entender do que eu estou falando.

E assim como a maldosa Globo e a perigosa Veja (sim, porque aprendemos também que elas são manipuladoras e nada confiáveis, "Beyond Citizen Kane", lembra?) produzem matérias com dados que desfavorecem um lado, há outras tantas fontes que produzem números fictícios do outro (ou alguém realmente acredita que os "melhores índices de saúde do continente" estão em Cuba?). E todos nós usamos um ou outro artigo pra corroborar nossas seríssimas opiniões sobre qualquer tema. A estatística e sua arte de torcer os números até que digam o que a gente quer ouvir!

E, se você acha que é uma exceção, pense bem! Só conheci uma pessoa realmente assim: uma admirável professora de universidade pública, cujo filho estudava em colégio público em São Paulo e não tinha convênio médico. Não usava Nike e provavelmente não tomava Coca-Cola. Parabéns pra ela pela coerência e me conte se você é mesmo uma exceção. Porque hoje eu realmente estou precisando acreditar que isso existe...

quinta-feira, abril 18, 2013

Opiniões

Eu podia falar aqui e agora sobre minha opinião a respeito de tantas coisas que tem acontecido e que são notícia. Tenho opinião sobre todas elas e já gostei muito de discutir qualquer assunto. Mas desde quando o mundo virou essa chatice bipartida, de extremistas para ambos os lados e para qualquer assunto, eu comecei a me desestimular com qualquer discussão, a do boteco e a da internet.

Não sei precisar quando isso começou, mas com as redes sociais com certeza isso ficou tão claro e cotidiano que transformou a chatice dessa gangorra em uma esterilidade total em qualquer conversa. As pessoas não querem mais saber as opiniões de ninguém, elas querem mudá-las e transformá-las em uma unanimidade (alguém já disse que toda unanimidade é burra, não?). As pessoas não querem mais nada intermediário, ou você é 8 ou 80 ou é em cima do muro. E se é diferente delas, com certeza é burro.

Então, pra que falar, me diz? Pra que discutir, pra que tentar acordos sociais de boa convivência? Pra que tentar praticar a civilidade? Pra que tentar aceitar a opinião dos outros? Se no fundo a gente continua sendo um bando de tolos que não consegue aprofundar nenhum assunto porque não sabe ceder nem debater, só reclamar...

E pra reclamar, eu estou fora. Não adiantou pra mim até agora e acho que vai continuar não adiantando. Então, prefiro assim: guardarei minhas opiniões para momentos oportunos onde ela é requerida legalmente e me reservo o direito de por aqui só falar amenidades. Porque nessas felizmente AINDA não há grandes radicalismos. Vamos aproveitar!

domingo, abril 14, 2013

O que você deveria saber sobre mim...

Eu não faço questão de vencer em nenhum jogo, apesar de gostar. Prefiro poder jogar.
Eu não faço questão de concordar com ninguém, apesar de gostar. Prefiro tentar persuadir.
Eu não faço questão de brigar com ninguém, e isso eu não gosto. Prefiro conciliar.
Eu não faço questão de saber das coisas do mundo, apesar de gostar. Prefiro aprender.
Eu não faço questão de ter pertences, apesar de gostar. Prefiro ter o que querer.
Eu não faço questão que façam o que eu quero, apesar de gostar. Prefiro conhecer.
Porque o válido na vida é participar... É ser parte.

domingo, março 03, 2013

Adulta

Sinto uma saudade gostosa quando penso no meu primeiro emprego de verdade, como enfermeira em um PSF lá no leste da zona leste de São Paulo. Não pelo trabalho em si (ou também), mas porque foi a época em que aprendi a ser adulta.
Já havia flertado com essa idéia de ser adulta. E, muitas vezes, acreditava mesmo já ser, mas não era. Definitivamente!
E a gente não vira adulto assim, do dia pra noite. É uma construção, um descobrir-se, um inventar-se. E, pra mim, isso aconteceu pelo trabalho. Pela sensação real de que ali começava a se desenhar quem seria a Camila adulta.
E é quando me lembro daquele PSF, daquelas pessoas, do caminho da Marginal e da Assis Ribeiro, da falta de lugar para almoçar, do cansaço do fim do dia, da salada de mil coisas com kani e molho parmesão, de comprar a máquina de lavar sem saber mexer na trava, de tentar fazer comida e comer tudo duro e sem sabor, de silêncio toda noite na minha casa nova e sozinha... É quando me lembro de tudo isso que me remeto a como cresci e me tornei adulta.
E foi tão bom! Tem gente que insiste em não crescer. Não os culpo. Quando a gente é adolescente parece que se tornar adulto é algo como a morte. Mas não é. Ao menos pra mim, não foi. Foi mágico e saboroso.

quarta-feira, fevereiro 20, 2013

Realidade

Não sou propriamente uma pessoa realista, até porque realismo demais destrói a capacidade de sonhar. Mas amo a realidade!  Sim, promessas são maravilhosas, mas tem prazo de validade. Não dá pra viver de promessa, de expectativa, do que pode ser... Há de se mesclar na vida um pouco do que vai acontecer com aquilo que já se concretizou. E tudo tem que ser bom. Se você acha que o melhor sempre está por vir, é bom refletir sobre o quanto aproveita aquilo que tem e o quantos dos seus desejos você de fato quer que se realizem. Realidade, meu amigo. Realidade...

quarta-feira, janeiro 16, 2013

Cuidado

Tenha cuidado! Gritam as mães nos parques, quando você vai atravessar a rua, quando vai sair sozinha pela primeira vez, quando vai dirigir, viajar...

Tenha cuidado! Gritam as mães todas às vezes que você não está ao alcance delas, seja das mãos ou da visão.

Pedir cuidado é a forma mais bela de cuidar. É confiar que o outro pode se cuidar, mas lembrá-lo que ele tem ainda mais um motivo pra fazê-lo: seu bem querer. É quase uma espécie de reforço misturada com lembrete.

Então tenha cuidado, cuide-se e cuide.