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36 anos, curiosa e viajante. Nas horas vagas, também dona de casa, professora e enfermeira.

quarta-feira, dezembro 27, 2006

Quando a fé morre?

Quando é que deixamos de acreditar que podemos fazer a diferença?
Quando é que deixamos de acreditar que podemos ser alguém que faça aquilo em que realmente acredita?
Será que algum dia deixamos de acreditar em nossos princípios, nossas vontades, assim como deixamos de acreditar em nós?
Quem diabos inventou essa regra do triângulo? Essa que nos faz crer que quando somos crianças temos um mundo de opções, a base do triângulo, e, conforme vamos envelhecendo, nossas opções se estreitam...
Por que temos que deixar de acreditar na justiça, na cura, no amor, na nossa capacidade?
Quando a fé morre?

Tive uma professora maravilhosa que, em nosso primeiro dia de aula de sua disciplina, contou-nos uma história que nunca mais saiu da minha cabeça:
"Um garoto perguntou a um contador de histórias porque era essa sua profissão. Então ele respondeu: Quando eu era garoto, contava histórias porque acreditava que poderia mudar o mundo. Hoje em dia, conto histórias para que o mundo não me mude".

segunda-feira, setembro 11, 2006

Barbie

No mundo da Barbie era fácil ser bem sucedida.
Ela tinha uma casa, carro, família, viajava muito e tinha sempre uma profissão interessante. Era inteligente, bonita, tinha amigas maravilhosas, gostava de todo mundo e todo mundo gostava dela.
Não tinha dificuldade financeira, pessoas invejosas tentando puxar o seu tapete, briga conjugal ou ter que se matar de trabalhar. Não ficava doente, o pneu não furava, nunca chovia e não existia TPM.
Nossa geração não tem complexo de Cinderela. Ninguém mais quer ser a gata borralheira pela qual um príncipe se apaixona e eles são felizes para sempre, assim sem fazer nada, sem acontecer nada, lá dentro do castelo.
A gente tem complexo de Barbie. Quer ser a mulher maravilha que trabalha, estuda, cria filhos, vive intensos momentos de paixão, viaja, consome e ainda continua linda e jovem para o resto da vida.
Deve ser por isso que investem tanto em clonagem...

quinta-feira, agosto 17, 2006

A escrita

Escrever é tão mais fácil! Não escrever bonito, rebuscado, como quem escreve um soneto ou um best seller. E sim escrever o que se pensa da vida, dos outros, de si mesmo.
Nesses tempos digitais, começo a perceber que não conhecemos de fato as pessoas que nos cercam. Descubro através de e-mails, blogs, scraps e outros recursos que talvez eu desconheça que nem sempre as pessoas nos dizem o que pensam ou o que são.
Sinto falta do olho no olho, do toque, de ver um sorriso ou uma lágrima, mas me convenço, a cada dia, que só conhecemos de verdade alguém através do que ela escreve.

segunda-feira, abril 24, 2006

Meninas

Quando a gente é menina, nosso mundo é muito simples, mas a gente gosta de fingir que é complexo. A paixão é o maior dos sentimentos, um detalhe faz toda a diferença e o que queremos é ser inteligente e sensível como o Álvares de Azevedo, bonita como a Gisele Bündchen e amada como uma personagem de romance água com açúcar.
Então a gente cresce e nosso mundo ganha algumas complicações, mas a gente gosta de fingir que é simples. O amor passa a ficar mais claro e a gente percebe que frio na barriga não é necessário todo dia. Os detalhes passam a ser detalhes e a vida se torna mais significante. A gente percebe que o Álvares de Azevedo não era tão inteligente assim e que sensibilidade é outra coisa, que a Gisele é maravilhosa do jeito dela e que podemos ser lindas do nosso jeito e que continuamos a querer ser amadas... amada como só uma anônima pode ser.

quarta-feira, abril 19, 2006

Queria...

Queria ser poeta para conseguir colocar em palavras belas o que eu sinto.
Queria ser roteirista para descrever o mundo como eu vejo.
Queria ser cantora e viver pra cantar, cantar pra viver.
Queria ser fotógrafa para eternizar um momento lindo.
Queria ser nômade para conhecer todo mundo e todo o mundo.
Queria ser atriz para fingir ser tudo isso, um pouquinho de cada vez...
Mas sou eu. Simples assim, feliz assim, com mil sonhos na cabeça e um par de patins nos pés. Rodando por aí, sem saber muito o que dizer, sem dizer muito o que sabe e dizendo muito quando não se tem nada pra falar.
Sorrindo sempre, querendo sempre, correndo sempre... deslizando pelo mundo e para o mundo.

Sentimentos

Se te emociona, chore.
Se é engraçado, gargalhe.
Se está feliz, contemple.
Se está triste, desabafe.
Se está carente, peça colo.
Se está com raiva, exploda.
Se está apaixonada, beije.
Se te incomoda, fale.
Se quer saber, pergunte.
Tudo assim, na hora.
Sentimentos não foram feitos para serem guardados, e sim compartilhados.

segunda-feira, janeiro 09, 2006

Outro ano

Todo ano você começa com planos, projetos: Vai malhar, parar de fumar, ver mais os amigos, juntar dinheiro, fazer uma viagem... Reveillon é igual segunda-feira, parece que é o início de alguma coisa, mas é só continuação.
Porém (sempre tem um porém), é uma época mágica na qual todos os seus sonhos parecem ser possíveis, os detalhes são finalmente vistos como insignificantes e a vida passa a ter mais sentido. Pena que passa e nos deixamos engolir pelo sistema novamente.
Como faço todo ano (sim, porque Reveillon sem alguma superstição ou mania não existe), tentei eleger uma música. Só consegui pensar no Epitáfio: "Devia ter complicado menos, trabalhado menos, ter visto o sol se pôr..."