Quem sou eu

Minha foto
36 anos, curiosa e viajante. Nas horas vagas, também dona de casa, professora e enfermeira.

segunda-feira, maio 20, 2013

Incoerências (ou #prontofalei)

Não sei se estou ficando velha e chata, mas todo mundo anda com um discurso tão politicamente correto, tão enfadonho e tão desconectado de suas práticas...

Prometi não dar minhas opiniões no outro post, mas o blog é meu, entra quem quer e continua lendo quem ainda quiser. Não quer, passeia em outro site! Sem problemas, continuamos amigos. É que minha paciência anda pequena, pequena... do tamanho da coerência das pessoas.

Todo mundo "intelectual" é "de esquerda" só porque crescemos sendo ensinados que isso é um sinal de inteligência, de cultura. As pessoas ainda acreditam num socialismo que nem os comunistas mais ferrenhos (entre os que não ganham nada atualmente com isso, é claro) ainda defendem, porque até eles perceberam que as ditaduras socialistas não deram certo. Assim como nossa falsa democracia capitalista também não dá.

Mas o fato é que todo mundo que defende as cotas e os "bolsa-quaquercoisa" paternalistas (no pior sentido que a palavra pode ter), estudou, estuda e/ou vai colocar os filhos pra estudar nos melhores colégios privados e muito bem pagos. E quando a universidade pública estiver pior do que está vai perder seu status tal qual o ensino fundamental público perdeu no passado (e aí vão colocar os filhos na faculdade privada também).

Todo mundo que defende a atenção básica de saúde faz questão de ter acesso a algum plano privado de saúde e procura o melhor médico especialista quando se trata do seu filho ou o pronto-socorro mais próximo quando tem febre. Não conheci ninguém dessa turma que só bebesse água, repousasse e observasse por 3 dias um quadro gripal e que procurasse uma unidade básica de saúde quando isso acontece.

Todo mundo que defende que precisamos proteger as "crianças" menores de 18 anos morre de medo quando passa por uma delas, o mais longe possível diga-se de passagem (ou vai me dizer que alguém se aproxima pra tentar ajudar?). E assim por diante, acho que já deu pra entender do que eu estou falando.

E assim como a maldosa Globo e a perigosa Veja (sim, porque aprendemos também que elas são manipuladoras e nada confiáveis, "Beyond Citizen Kane", lembra?) produzem matérias com dados que desfavorecem um lado, há outras tantas fontes que produzem números fictícios do outro (ou alguém realmente acredita que os "melhores índices de saúde do continente" estão em Cuba?). E todos nós usamos um ou outro artigo pra corroborar nossas seríssimas opiniões sobre qualquer tema. A estatística e sua arte de torcer os números até que digam o que a gente quer ouvir!

E, se você acha que é uma exceção, pense bem! Só conheci uma pessoa realmente assim: uma admirável professora de universidade pública, cujo filho estudava em colégio público em São Paulo e não tinha convênio médico. Não usava Nike e provavelmente não tomava Coca-Cola. Parabéns pra ela pela coerência e me conte se você é mesmo uma exceção. Porque hoje eu realmente estou precisando acreditar que isso existe...