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36 anos, curiosa e viajante. Nas horas vagas, também dona de casa, professora e enfermeira.

domingo, dezembro 28, 2008

The Scientist

Adoro encontrar coisas que descrevem meus pensamentos com mais poesia do que costumo conseguir...
Segue Coldplay:

Come up to meet you,
Tell you I'm sorry
You don't know how lovely you are
I had to find you,
Tell you I need you
And tell you I set you apart
Tell me your secrets,
And ask me your questions
Oh let's go back to the start
Running in circles, coming tails
Heads on a silence apart
Nobody said it was easy
It's such a shame for us to part
Nobody said it was easy
No one ever said it would be this hard
Oh take me back to the start
I was just guessing at numbers and figures
Pulling the puzzles apart
Questions of science, science and progress
Do not speak as loud as my heart
And tell me you love me, come back and haunt me
Oh and I rush to the start
Running in circles, Chasing tails
Coming back as we are
Nobody said it was easy
Oh it's such a shame for us to part
Nobody said it was easy
No one ever said it would be so hard
I'm going back to the start

Pronta

Não sei se é a época do ano,
Não sei se é a proximidade das férias,
Não sei se é porque vou pro Rio, minha eterna paixão,
Não sei se é porque ontem foi um dia lindo,
Não sei se é porque não consigo tirar esse sorriso,
Não sei se é porque entendi coisas que antes não percebia,
Não sei se é porque sou uma apaixonada incurável,
Mas hoje sinto um frescor que há tempos não sentia.
Me sinto brand new e pronta como nunca estive.

Entre meus pensamentos do Bono

“Touch me, take me to that other place
Reach me, I know I'm not a hopeless case
What you don't have you don't need it now
What you don't know you can feel it somehow”

Este outro lugar pro qual só você sabe me levar,
Que faz a chuva cessar e o céu clarear,
Esse outro lugar onde podemos existir,
Tão plenos como sempre dentro de nós.
Quando estou por aqui, tudo é certeza.
Não quanto ao tempo ou os acontecimentos,
Mas sobre o que há, desde sempre.
Sobre o que não sabemos, mas sentimos.
Neste outro lugar, seus dedos se entrelaçam com os meus,
E andamos em direção ao sol.
Neste outro lugar, percebemos que não importa o local.
Em algum momento, estaremos andando fora daqui.
E nossos dedos continuarão entrelaçados,
Entre estalos e carinhos,
Nos guiando na direção certa,
Nos mantendo no nosso lugar.

“Take my hand
Take my whole life too
'Cause I can't help
Falling in love with you”

sábado, dezembro 27, 2008

Be there

You don't have to rescue me
You don't have to watch me drown
You don't have to give to me
All I want is you
Be there my love
Be there tonight
You don't have to be the best
You don't have to give me rest
All I want is all you have
Nothing else
Nothing
Be there my love
Just be there my love
If you want the whole of me
That's all you'll get
You don't have to - (Ah, she whispered, she said 'I need you now')
(Ah, she said 'don't worry, please me now')
You don't have to worry
If I fall apart
You don't have to wear strings
Or do those things
You're enough in my heart
You don't have to hide from yourself
You don't have to be someone else
All I want is all you have
All I want is you
Be there my love
Be there tonight
Yes, you all see

terça-feira, dezembro 23, 2008

Caixinha de fotos

Abriu sua caixinha de fotos e lembranças. Incrível como se lembrava de cada momento ali registrado. Pensava em como a memória é incompreensível, como nos esforçamos pra lembrar um número de telefone ou uma palavra que usamos quase diariamente e como é fácil recordar um momento bom, as cores, cheiros e sabores de cada instante feliz. Reviu cada foto com um misto de alegria e nostalgia e começou a recordar de outros tantos momentos não fotografados e não descritos. Do estalar de dedos em suas pernas enquanto dirigia ou parava no farol, das gargalhadas conjuntas por motivos que nem sequer lembrava, das caras felizes na beirada do copo de cerveja importada e da caipirinha com cachaça, das músicas cantadas em tom desafinado, dos beijos jogados ao vento, de como perdia sempre que jogava e da cara de contentamento do outro lado, do olhar na cama antes de dormir, do beijo de bom dia, infinidades... Pensou em como é estranha essa vida que nos leva a rumos tão inusitados, em como às vezes se sentia uma marionete do destino, sem o poder de decidir o próprio caminho. Fechou a caixinha com uma lágrima escorrendo pela face e molhando o sorriso da certeza: a memória é realmente incompreensível, mas também é uma dádiva. Aqueles momentos seriam sempre nítidos e atemporais para ela e sempre trariam de volta a felicidade que ela gostava tanto de sentir. Guardou a caixinha em seu lugar, não precisava mais dela.

segunda-feira, dezembro 22, 2008

Love and other disasters

Jacks: Stop living your life like you're in some kind of movie.
Peter: Excuse me?
Jacks: Stop trying to cast your love instead of just meeting him.
Peter: When I meet him, I'll know.
Jacks: I'm not so sure. Love isn't always a lightning bolt, you know? Maybe sometimes it's just a choice.
Peter: Well, that's easy for you to say! You're flying to
Argentina to meet the love of your life!
Jacks: That's just it. I don't know that Paolo's the love of my life, but I've decided to give him the chance to be. Maybe true love is a decision. You know, a decision to take a chance with somebody. To give to somebody. Without worrying wether they'll give anything back. Or if they're gonna hurt you, or if they really are the one. Maybe love isn't something that happens to you. Maybe it's something you have to choose.

sábado, dezembro 20, 2008

Sim, prometo sempre o impossível, pois não quero te dar algo que já conheças. E antes que me esqueças, escrevo pra dizer que esperes por mim...

Eu quero te dar o mundo, te mostrar outras formas de viver.
Quero te dar a fonte, o alimento no prato, a plenitude da vida que cabe num instante.
Quero te dar tudo o que encontrar, pra você perceber que existem outras coisas.
Quero te dar o mar e a lua nele refletida, só pra esclarecer a imensidão de tudo.
Quero me dar pra você, mais uma vez e sempre, pra que você consiga entender.
É só porque quero me doar pra você,
nada mais em troca, nada mais é preciso.

Emprestado o trecho em itálico do Moska.

Mesmice

Mesmo que você não saiba o quanto eu te amo
Mesmo que tudo que eu queira pra nós seja um grande engano
Mesmo que eu me arrependa ou faça o que você quiser
Ou mesmo que seja a mesma coisa que já é...
Mesmo que nada volte a ser o que era
Mesmo que a gente descubra que quase tudo já era
Mesmo que o fogo reacenda e o sexo fique animal
Mesmo que mude pra sempre depois fique igual
Nada vale a pena
Pra quem nem quer tentar
Tudo vale a pena
Mas, se você quer deixar tudo como está
Eu acho que...
Mesmo que a gente repita tudo que já foi feito
Mesmo que a gente conserte os mínimos defeitos
Mesmo que haja uma fenda para se atravessar
Mesmo que o grande final dê no mesmo lugar
Mesmo não tendo legenda embaixo do nosso beijo
Mesmo sabendo que nós já não somos os mesmos
Nada vale a pena
Pra quem nem quer tentar
Tudo vale a pena
Mas, se você quer deixar tudo como está
Eu acho que...

Composição: Paulinho Moska

quarta-feira, dezembro 17, 2008

Cafuné

Em dias assim, de chuva lá fora e tanta tempestade acontecendo na vida, fico com vontade apenas de ter um colo pra deitar e um cafuné pra me abrandar. Só pra me sentir protegida, abrigada. Pra ficar quietinha, sentindo que tudo vai melhorar e que amanhã o sol nasce com certeza mais brilhante. Aquele tipo de coisa que só um cafuné pode fazer por alguém...

terça-feira, dezembro 16, 2008

Porta

Entrou pela porta da frente, de mansinho e com jeito. Mas eu não parava de me perguntar como é que ele tinha a chave. Foi vistoriando cada cômodo, ocupando cada espaço e modificando a disposição dos móveis, acrescentando novas coisas. Curiosamente, eu não me sentia incomodada. Mas não parava de me perguntar por que eu estava achando tão natural. Quase sem querer foi abrindo gavetas que eu nem me recordava de ter, até me achar completamente despida de roupas e máscaras. E, naquele momento, eu não conseguia mais me perguntar nada. Então, saiu pela porta da frente, deixando-a entreaberta. Todas as perguntas desmoronaram sobre mim sem lógica ou nexo. Não consegui responder nenhuma e não consegui mais achar a chave. A porta ficou entreaberta, a mobília permaneceu como ele deixou e, estranhamente, eu continuei a achar que tudo estava no lugar onde deveria estar. O vento às vezes escancara a porta destrancada, às vezes bate ela com tanta força que eu acho que nunca mais abrirá. Mas ela permanece entreaberta como que esperando pelo dono da chave.

Das coisas que cantei pra você...

Entre as coisas mais lindas que eu conheci, só reconheci suas cores belas quando eu te vi.
Entre as coisas bem-vindas que já recebi, eu reconheci minhas cores nela e então eu me vi.
E as coisas lindas são mais lindas, quando você está, onde você está.
Hoje você está nas coisas tão mais lindas.

sexta-feira, dezembro 05, 2008

Vontade

Assunto que tem me tomado bastante tempo nas constantes (ou inconstantes?) reflexões diárias é o conceito de vontade e o que ela de fato representa pra mim, pros outros, enfim...

Na procura por fundamentos que me guiassem, encontrei um artigo bastante interessante que relaciona as visões de Schopenhauer e Nietzsche a respeito do tema. Já deixo aqui o link pra quem quiser fazer uma pequena digressão ou aprofundar o tema após as considerações que se seguem.

http://www.bocc.ubi.pt/pag/montardo-sandra-schopenhauer-nietzsche.pdf

Primeiro vamos a Schopenhauer. E nesse momento é importante que eu ressalte que, até agora, o pouco que sei sobre esse tal filósofo me incomoda profundamente, no que tange ao seu pessimismo insistente. No entanto, resolvi me despir de todo e qualquer pré-conceito e mergulhar em algumas das suas observações.

Schopenhauer coloca que a vontade é livre, autônoma e onipresente (...). Tudo o mais não existe sem que exista a vontade.

Schopenhauer coloca que viver é sofrer, pois a vontade é infinita e jamais saciada, ao que se acrescenta que a base de todo querer é uma falta, uma indigência. Desse modo, o homem sendo a mais perfeita objetivação da vontade, é também o mais necessitante, sendo que sua vida oscila entre a dor e o fastio.

Schopenhauer afirma que cada um dispõe do sofrimento que se faz necessário para a sua própria vida. Porém, a dose de sofrimento solicitada por um homem parece ser diretamente proporcional à sua incapacidade de reconhecê-la, reportando-o para inexistências presas ao passado e ao futuro. Nesses casos, este homem não consegue nem admitir o que o faz viver, tampouco consegue enxergar no presente oportunidade para desviar-se dessa condição. Afinal, não se aprende a querer.

Schopenhauer também fala que o mundo é a representação da vontade, espelho desta, na medida que é onde o homem pode reconhecê-la. E isto porque a vontade como essência, como coisa em si, é insconsciente em si mesma, necessitando da ação do homem para tornar-se consciente. Vale dizer que este, por sua vez, só tomará consciência da própria vontade a partir da concretização desta em atos. Ou seja, seu caráter empírico informará ao seu caráter inteligível a sua vontade após a sua concretização. Eis o mundo como representação.

Agora vamos a Nietzsche e, também aqui quero ressaltar um pequeno detalhe. Sua obra ainda é pra mim quase indecifrável. Talvez porque, quando eu comecei de fato a me interessar por filosofia, já tenha entrado “com o pé na porta” e iniciado a leitura de Além do bem e do mal, que continua me aguardando na minha estante após várias tentativas de absorver o que ali estava escrito. Mas, como sou persistente, resolvi também me entreter com suas observações a respeito da vontade.

“Só onde há vida há vontade; não vontade de vida, mas como eu predico, vontade de domínio. Há muitas coisas que o vivente aprecia mais do que a vida; mas nas próximas apreciações fala a ‘vontade de domínio’ ”.

A vontade toma por base a falta que deve ser suprida, para que haja espaço a uma nova forma de supri-la, já que a vontade é insaciável. Quanto a isso, Nietzsche fala que somente quando o homem enfastiasse-se de sua sublimidade principiaria a sua beleza.

Nietzsche propõe que cada homem deve exigir mais do que a ninguém de si mesmo a beleza, de modo que essa bondade seria a última vitória de cada um sobre si mesmo. Nota-se, no entanto, que Nietzsche diferencia esta bondade da dos que se consideram bons por servirem aos outros ao invés de servirem a si mesmos, sem darem-se conta, ao menos, de que estão satisfazendo a própria vontade de serem rebanhos ou vassalos do que quer que seja. Quanto a estes, este pensador expõe que eles colocam a sua vida no rio do porvir, acreditando em algo longe e exterior a si próprios, submetendo-se a deuses e ao futuro de maneira passiva, onde a única vontade que se manifesta é a de se realizar pela projeção em algo externo e independentes de sua existência, ainda que quem pinta os contornos dessa inconsistência brumosa seja cada um deles.

Agora, algumas considerações minhas e aqui, mais do que nunca, é relevante destacar que ainda terei que reler o artigo e as obras no qual foi baseado muitas vezes pra conseguir de fato compreender tudo o que foi escrito. Vou ousar concluir por hora com:

- Se tudo que é vivo tem vontade e se a vontade é autônoma e onipresente, não há como viver sem ela.

- Se a vontade é infinita e insaciável, por mais que você descubra formas de saciá-la parcialmente, continuará buscando e precisando de mais.

- Se você e o mundo são representações da vontade, concordo com Nietzche: tome as rédeas da situação – seja fiel a sua vontade e não a coloque na mão do que eu chamaria de acaso.

- E, por mais que a vontade seja inconsciente, procure reconhecê-la, a despeito do fatalismo de Schopenhauer ou da recriminação de Nietzsche a algumas manifestações dela. Por mais que ela seja insaciável, momentâneos prazeres acontecerão quando você saciá-la, ainda que parcialmente e, se o que existe é apenas o presente, eles hão de ser bem vindos.

segunda-feira, dezembro 01, 2008

O que você faria?

O que você faria se só te restasse esse dia? Talvez, ao encontrar uma resposta (e como é difícil encontrar apenas uma!) você descubra o que realmente te move, a fonte da sua vontade.

Não vou colocar aqui o que eu faria e o motivo pra isso é muito simples (apesar de paradoxal, visto que tenho um blog): descobri que exposição gratuita nem sempre é benéfica, portanto é necessário utilizá-la com moderação.

De qualquer forma, o exercício é divertidíssimo e muito esclarecedor, portanto resolvi dividi-lo com quem quer que seja que leia esse blog e queira tentar. E pra se inspirar um pouco, vão as perguntas (ou resposta?) do Paulinho Moska, meu mais novo convidado no local:

Meu amor o que você faria?
Se só te restasse um dia
Se O mundo fosse acabar
Me diz o que você faria?

Ia manter sua agenda
de almoço hora apatia
Ou ia esperar os seus amigos
Na sua sala vazia

Corria pra um shopping center
Ou para uma academia
Pra se esquecer que não da tempo
Pro tempo que já se perdia

Andava pelado na chuva
Corria no meio da rua
Entrava de roupa no mar
Trepava sem camisinha

Abria a porta do Hospício
Trancava da delegacia
Dinamitava o meu carro
Parava o tráfego e ria

quinta-feira, novembro 27, 2008

Vida a sério

Me descubro de repente redescobrindo tantas coisas,
Redescobrindo o sorriso de outrora,
Os olhares adormecidos na loucura do dia a dia.
Me pergunto quase cotidianamente
Porque todos somos assim?
Nos deixamos levar pelas mazelas e rotinas
E esquecemos de nossas quimeras e alegrias.
Porque a riqueza dos detalhes é deixada de lado?
Cada belo gesto, cada ternura contida em um ato,
Desprezados assim por pura distração.
Por que a vida é levada tão a sério?
E o que é o sério?
Sério não precisa ser siso,
Sério pode ser sensatez, já diz o dicionário.
E há forma mais séria de levar a vida,
Que deixar a felicidade inundar cada momento?
Por isso, me descubro a cada dia,
Procurando a diversão, um motivo pra rir,
Outro pra me sentir grata, outro ainda pro meu olho brilhar.
E ele sempre há de brilhar,
Por cada olhar redescoberto,
Por cada sorriso reconquistado,
Por todas as coisas novas que estão por vir,
Pela certeza de que tenho aptidão pra felicidade.

terça-feira, novembro 25, 2008

Telegrama

Hoje eu acordei com uma vontade danada
de mandar flores ao delegado,
de bater na porta do vizinho e desejar bom dia,
de beijar o português da padaria...


Emprestada do Zeca Baleiro

domingo, novembro 23, 2008

Paciência

Mesmo quando tudo pede
Um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede
Um pouco mais de alma
A vida não pára...

Enquanto o tempo
Acelera e pede pressa
Eu me recuso faço hora
Vou na valsa
A vida é tão rara...

Enquanto todo mundo
Espera a cura do mal
E a loucura finge
Que isso tudo é normal
Eu finjo ter paciência...

O mundo vai girando
Cada vez mais veloz
A gente espera do mundo
E o mundo espera de nós
Um pouco mais de paciência...

Será que é tempo
Que lhe falta prá perceber?
Será que temos esse tempo
Prá perder?
E quem quer saber?
A vida é tão rara
Tão rara...

Mesmo quando tudo pede
Um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede
Um pouco mais de alma
Eu sei, a vida não pára
A vida não pára não...

Composição: Lenine e Dudu Falcão

sábado, novembro 22, 2008

Miudinho

É que eu sambo direitinho
Assim bem miudinho
Cê não sabe acompanhar

Quero ver chegar junto
Prá me juntar, eh!
Me fazer sentir mais viva
Me apertar o corpo e a alma
Me fazendo suar
Quero beijos sem tréguas
Quero sete mi'léguas
Sem descansar

É que eu mando direitinho
Assim bem miudinho
Sei que você vai gostar

Partes da música Cabide, composição da Ana Carolina, interpretada pela Mart´nália.

terça-feira, novembro 18, 2008

Esses olhos...

Ah! Esses olhos inebriantes que não me canso de mergulhar,
Essa boca convidativa que não deixo de sentir,
Esses braços aconchegantes em que adoro me soltar,
Essas palavras curiosas que estou sempre ávida a ouvir.

Ah! Esses olhos que não canso de com os meus cruzar,
Esse sorriso tão gostoso que me faz também sorrir,
Esse carisma irradiante que eu não paro de admirar,
Essa sinceridade tão gritante que me impede de mentir.

Ah! Esses olhos que não se cansam de me chamar,
Que me fazem de todo o resto esquecer,
Porque a vida é curta e o tempo sempre a se apressar,
Sussurrando que ainda há tanto pra viver.

segunda-feira, novembro 17, 2008

Itália


L'Italia è intorno a me, chiedendo, a caccia di me...

PS. Depois de ler Comer, Rezar, Amar e começar minha maratona de O Poderoso Chefão, minha vontade de explorar a língua, o povo, a história em Roma, os campos da Toscana e os canais enebriantes de Veneza (adoro canais!) só ficou ainda mais aguçada...

sábado, novembro 15, 2008

Inquietude

Estou tão cansada da minha inquietude. Sei que ela me fez ir atrás de muitas coisas na vida. Mas também tem me feito empurrar outras pra longe.

Porque a inquietude, aos olhos menos avisados, parece insaciabilidade. E, às vezes, até mesmo pra mim, elas se confundem. Toda eu me confundo e, então, entro no meu mundo de pensar e pensar e esqueço o que tem lá fora.

Ultimamente, este blog tem sido o reflexo disso. Dessa minha inquietude. Deixei de colocar aqui todas as coisas boas, apesar delas terem continuado a acontecer, e me concentrei em escrever nos momentos de inquietude.

Guardei para o álbum de fotografias todas as coisas boas e para o meu livro de escritas meus fantasmas.

Estranhamente, escondi o álbum e deixei exposto o que não era necessário, o que era ínfimo e momentâneo.

Por causa dessa minha inquietude, que roubou minha paz. Aquela que cantei nesse mesmo livro de escritas...

terça-feira, novembro 11, 2008

Mente de macaco

Não é meu mais me cai como uma luva. Texto de Elizabeth Gilbert em Comer, Rezar, Amar.

"Como boa parte dos humanóides, carrego o fardo daquilo que os budistas chamam de "mente de macaco" - pensamentos que pulam de galho em galho, parando apenas para coçar, cuspir e guinchar. Desde o passado remoto até o futuro desconhecido, minha mente fica pulando a esmo pelo tempo, tendo dúzias de idéias por minuto, descontrolada e sem disciplina. Isso, em si, não é necessariamente um problema; o problema é o apego emocional que acompanha o pensamento. Pensamentos felizes me tornam feliz, mas - vupt! - com que rapidez torno a me prender em preocupações obcessivas, estragando a felicidade; (...) O outro problema é que essa pulação de galhos do pensamento é que você nunca está onde está. (...) É um pouco como o hábito da minha amiga Susan que, sempre que vê um lugar bonito, exclama quase em pânico, ' Que lindo isto aui! Quero voltar algum dia! ', e preciso lançar mão de todo meu poder de persuasão para tentar convencê-la de que ela está lá".

segunda-feira, novembro 10, 2008

Mais de Drummond pra você...

A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca e que, esquivando-nos do sofrimento, perdemos também a felicidade.

segunda-feira, novembro 03, 2008

Choque de realidade

A vida como ela é assusta os mais desavisados ou ingênuos. Não somos capazes de compreender a mesquinharia humana e o sistema em que vivemos. Somos todos marionetes, cobaias sendo testadas pra ver até onde agüentamos. Mas devemos suportar, nem que seja só de sacanagem...
E em homenagem ao choque de realidade que tive hoje, um pouquinho de Renato Russo:

É a verdade o que assombra
O descaso que condena,
A estupidez, o que destrói

Voltamos a viver
Como há dez anos atrás
E a cada hora que passa
Envelhecemos dez semanas...

Não vou me deixar embrutecer
Eu acredito nos meus ideais
Podem até maltratar meu coração
Que meu espírito ninguém vai conseguir quebrar.

domingo, novembro 02, 2008

Complexo de Cinderela

Partida pela ambivalência entre o complexo de Cinderela e minha criação espanhola matriarcal, sinto tremenda dificuldade em entender o que quero ou como quero. A menina Cinderela, frágil, que precisa ser cuidada, não se cansa de brigar com a mulher forte, independente e auto-suficiente que fui educada para ser.

Por vezes, sinto uma solidão algoz, um desejo incontrolável de colo e abraço, mas não sei pedir. Não aprendi como pedir nada a ninguém e sempre acabo me sentindo culpada por precisar de algo e ter que incomodar alguém por conta disso. Não que não seja rodeada de pessoas maravilhosas a quem poderia recorrer, muito pelo contrário! Mas sempre penso em como as tiraria de sua rotina tranqüila ou de seus afazeres com outras coisas e com as outras pessoas importantes da vida.

Sei que na minha geração é absolutamente normal (e muito prazeroso) ir ao cinema sozinha, preparar um jantar saboroso e trabalhoso só para você em um dia de semana qualquer, sentar no sofá para ver um bom filme ou ler um delicioso livro, muitas vezes acompanhada de um vinho ou de orgias alimentares. E faço tudo isso, claro! Mas esta mesma geração é meio Bridget Jones (All by myself... cena clássica) e obviamente tem seus dias de “cansaço” com toda essa independência.

Somado a tudo isso, o âmago do complexo de Cinderela, da princesinha que é “salva” de todas suas mazelas com toda a temática de um conto de fadas. Essa expectativa da mágica, das pessoas adivinharem seus desejos mais profundos, de tudo se resolver sem nenhum esforço maior, é mais um ingrediente pra confusão tipicamente feminina (digo feminina, porque desconheço as dúvidas intrínsecas ao mundo masculino).

Complicado é conseguir administrar todo esse “balaio” interno sem virar uma pessoa insuportável (para você e para os outros) e sem permitir que isso interfira nos seus pequenos prazeres da vida.

domingo, outubro 26, 2008

Insight

Hoje tive um pequeno desentendimento com o mar. Quase me afoguei devido a um vacilo típico de infância, mas bem descabido na minha idade. Enfim, após muito exercício físico, consegui sair e tive vários insights a respeito deste momento:

1) O mais óbvio de todos e o mais difícil de praticar: Quanto mais tenso você está com uma situação, mais difícil ela se torna.

2) O mais verdadeiro de todos: Quando você está ou acaba de sair de um momento muito difícil, tudo que você quer no mundo é sua mãe (Já dizia Cazuza "Só as mães são felizes", elas conhecem de fato o que é ser amada).

3) O mais importante de todos (pelo menos para pessoas como eu): Por mais que você se ache auto suficiente, às vezes pode ser necessário pedir ajuda.

4) O mais filosófico e triste de todos: Quando você pensa no próprio fim, começa a pensar bobagens como se fará de verdade falta pra alguém, porque afinal de contas não passamos de um grão de areia na imensidão de uma praia. Talvez desejar ser amado é também um reflexo da nossa eterna vontade de perpetuar-se.

5) E, por fim, o mais prático de todos: falta de juízo não tem idade. Por isso, tome cuidado sempre!!!!!

terça-feira, outubro 21, 2008

Recortes de Filtro Solar

Seguem alguns recortes do texto Filtro Solar de Pedro Bial (destaques meus). Vale muito a pena ler, refletir, filosofar, discutir...

"Nunca deixem de usar filtro solar! Se eu pudesse dar uma só dica sobre o futuro, seria esta: use filtro solar.Os benefícios a longo prazo do uso de filtro solar estão provados e comprovados pela ciência; já o resto de meus conselhos não tem outra base confiável além de minha própria experiência errante. (...)
Aproveite bem, o máximo que puder, o poder e a beleza da juventude. Ou, então, esquece... Você nunca vai entender mesmo o poder e a beleza da juventude até que tenham se apagado. (...)
Não se preocupe com o futuro. Ou então preocupe-se, se quiser, mas saiba que pré-ocupação é tão eficaz quanto mascar chiclete para tentar resolver uma equação de álgebra. As encrencas de verdade de sua vida tendem a vir de coisas que nunca passaram pela sua cabeça preocupada, e te pegam no ponto fraco às quatro da tarde de uma terça-feira modorrenta. (...)
Não seja leviano com o coração dos outros. Não ature gente de coração leviano. Use fio dental. Não perca tempo com inveja. Às vezes se está por cima, às vezes por baixo. A peleja é longa e, no fim, é só você contra você mesmo. (...)
Não se sinta culpado por não saber o que fazer da vida. As pessoas mais interessantes que eu conheço não sabiam, aos vinte e dois, o que queriam fazer da vida. Alguns dos quarentões mais interessantes que conheço ainda não sabem. Tome bastante cálcio. Seja cuidadoso com os joelhos. Você vai sentir falta deles. (...)
Entenda que amigos vão e vem, mas nunca abra mão de uns poucos e bons. Esforce-se de verdade para diminuir as distâncias geográficas e de estilos de vida, porque quanto mais velho você ficar, mais você vai precisar das pessoas que conheceu quando jovem. (...)
Aceite certas verdades inescapáveis: Os preços vão subir. Os políticos vão saracotear. Você, também, vai envelhecer. E quando isso acontecer, você vai fantasiar que quando era jovem, os preços eram razoáveis, os políticos eram decentes, e as crianças, respeitavam os mais velhos.
Respeite os mais velhos. E não espere que ninguém segure a sua barra. (...)
Cuidado com os conselhos que comprar, mas seja paciente com aqueles que os oferecem. Conselho é uma forma de nostalgia. Compartilhar conselhos é um jeito de pescar o passado do lixo, esfregá-lo, repintar as partes feias e reciclar tudo por mais do que vale.
Mas no filtro solar, acredite!"

quarta-feira, outubro 15, 2008

Expectativas

Me pergunto quantos anos ainda teremos que viver para entender que nossas expectativas só podem ser satisfeitas por nós mesmos. Porque nem sempre o outro sabe dos seus desejos ou está disposto a descobri-los, e você nunca vai querer expô-los porque deixariam de ser desejos e passariam a ser solicitações. Porque muitas vezes suas expectativas dependem de alguma mudança sua que você não faz a menor idéia de que precisa acontecer. Porque, algumas vezes, suas expectativas são em relação aos outros e podem ser (na maioria das vezes) incondizentes com o que o outro deseja. E então o convite não vem, o trabalho não surge, o beijo não aparece... Frustração. Toda expectativa não satisfeita vira uma frustração sem fim, você procura culpados, o que fez de errado, reclama de si mesma e do mundo. Talvez a pergunta certa fosse: quantos anos ainda teremos de viver para deixar de “esperar”? Pra passar a aproveitar aquilo que vem de graça e inesperado?

Fácil não é. Abandonar a mágica de desejar algo e ver acontecer sem nenhum esforço (ou com o mínimo possível) nem sempre é um sacrifício ao qual estamos dispostos. E talvez as frustrações façam mesmo parte dessa trajetória e sejam responsáveis pelas alegrias das conquistas. Pensamento de otimista, pra ver se dói menos. Funciona?

domingo, outubro 05, 2008

Deixe o romance entrar

Sempre deve haver espaço em nossas vidas para declarações apaixonadas, reduzir a iluminação e dançar a dois no meio da sala, fazer uma surpresa em um dia inesperado, andar de mãos dadas na praia, dizer “não vá embora, fique um pouco mais”, ficar juntinho se olhando e acarinhando, se preocupar em seduzir, colocar uma música e se amar.

Porque, por mais que uma relação seja plena com o cotidiano prático e harmônico, é o romance que traz cor e melodia a vida, eternizando cada momento.

domingo, setembro 14, 2008

Tu es ma came

Da senhora primeira dama francesa, Carla Bruni, diretamente para traduzir meus pensamentos de hoje no meu humilde blog:


Tu es ma came,
Ma toxique, ma volupté suprême,
Mon rendez vous chéri et mon abîme
Tu fais rire au plus doux de mon âme

Tu es ma came
Tu es mon genre de délice, de programme
Je t'aspire, je t'expire et je me pâme
Je t'attends comme on attend la manne

Tu es ma came
J'aime tes yeux, tes cheveux, ton arôme
Viens donc la que je te goûte que je te fume
Tu es mon bel amour, mon anagramme

Tu es ma came
Plus mortelle que l'héroïne afghane
Plus dangereux que la blanche colombienne
Tu es ma solution à mon doux problème

Tu es ma came
A toi tous mes soupirs, mes poèmes
Pour toi toutes mes prières c'est la lune
A toi ma disgrâce et ma fortune

tu es ma came
Quand tu pars c'est l'enfer et ses flamme
toute ma vie, toute ma peau te réclame
on dirait que tu coules dans mes veines

je te veux jusqu'à en vendre l'âme
à tes pieds je dépose mes armes
Tu es ma came
Tu es ma came

segunda-feira, setembro 08, 2008

Dias ruins

Não vemos os dias ruins no álbum de fotografias, mas são eles que nos levam de uma foto feliz a outra.
Do filme Just Married (Recém-Casados)

Eu e minhas eternas comédias românticas ; )

quinta-feira, agosto 28, 2008

Vida de adulto

Não sei se é porque hoje estou me sentindo particularmente cansada, mas essa tal vida de adulto está longe de ser fácil.

A gente trabalha feito burro de carga, cada dia mais, cada vez com mais cobranças, em um mundo de competitividade brutal.

A expectativa de vida subiu e, num paradoxo grotesco, a idade auge da vida diminuiu. Antes idade era sinônimo de experiente, hoje de ultrapassado.

Sabemos que a previdência vai estar absolutamente falida quando tivermos direito aos nossos dias de merecida folga. E não conseguimos fazer um sólido pé-de-meia pra poder aproveitá-los com dignidade, mesmo trabalhando tanto.

Constantemente somos enganados pelas instituições financeiras, pelos prestadores de serviços essenciais e supérfluos e por tantos outros e, simplesmente, não temos pra quem reclamar por conta das famosas letrinhas no rodapé e pela morosidade e incompetência dos órgãos que são pagos com nosso dinheiro para nos “defender”.

Cansa, irrita e quase revolta.

Mas, como decidi ser uma otimista incurável e continuo acreditando que o pessimismo é a defesa dos fracos (post de 18/04 ), resolvi tentar procurar os pontos positivos.

E são tantos... Felizmente.

Mesmo com poucos dias de férias, quando se é adulto você pode viajar pra lugares que antes não passavam de um sonho. E poucas coisas na vida são tão prazerosas quanto viajar (e não há nenhuma mais prazerosa).

Namoro de adulto é muito mais gostoso. Sem tantas neuroses, com mais liberdade, mais conteúdo e mais satisfação.

Suas amizades são duradouras e verdadeiras e não acabam com o ano letivo. Você pode partilhar coisas que antes tinha vergonha e sabe com quem pode contar, apesar da distância e do tempo.

A independência é algo impagável e o prazer de conquistá-la, inenarrável. Nada como poder realizar as suas vontades sem ter que dar tanta satisfação...

E a maturidade maravilhosa. Ler um livro e entender melhor as linhas e entrelinhas, aprender sobre a beleza da tolerância e da paciência, ser eclético e menos fanático com as coisas. E mais uma série que daria um livro que não cabe aqui.

Mas que às vezes cansa, cansa...

terça-feira, agosto 26, 2008

E até quem me vê na fila do pão

Ultimo Romance
Los Hermanos - Composição: Rodrigo Amarante

Eu encontrei-a quando não quis
mais procurar o meu amor
E quanto levou foi pr'eu merecer
antes um mês e eu já não sei
E até quem me vê lendo o jornal
na fila do pão sabe que eu te encontrei
E ninguém dirá que é tarde demais
que é tão diferente assim
Do nosso amor a gente é que sabe, pequena
Ah vai!Me diz o que é o sufoco que eu te mostro alguém
afim de te acompanhar
E se o caso for de ir à praia eu levo essa casa numa sacola
Eu encontrei-a e quis duvidar
Tanto clichê deve não ser
Você me falou pr'eu não me preocupar
ter fé e ver coragem no amor
E só de te ver eu penso em trocar
a minha TV num jeito de te levar
a qualquer lugar que você queira
e ir onde o vento for, que pra nós dois
sair de casa já é se aventurar
Ah vai, me diz o que é o sossego
que eu te mostro alguém afim de te acompanhar
E se o tempo for te levar
eu sigo essa hora e pego carona pra te acompanhar

domingo, agosto 24, 2008

Quem dera

Quem dera meus olhos fossem transparentes
E você pudesse enxergar através deles
Tudo aquilo que não consigo expressar.

Que pudesse ler na minha alma
A frase que fica enroscada na garganta
Cada vez que encontro seu olhar.

Na incerteza da clareza deles,
Me pego sussurrando nas suas costas
O que eu anseio te contar.

“É que eu preciso dizer que te amo”
Mas me falta coragem pra falar.

Desencontros

Podia ser tudo mais fácil.
Olharmos um pro outro e percebermos tudo,
As palavras não ditas,
Os sentimentos camuflados,
Os pensamentos ocultos na imensidão de nós.

Podíamos ser completamente racionais.
Deixarmos minhas meninices de lado,
Minhas lágrimas tolas,
Nossa falta de jeito,
A incapacidade de explicar o que não é lógico.

E, nesse caminho de tentar acertar,
Tropeçamos de repente
Nos desencontros pra se encontrar.

segunda-feira, agosto 04, 2008

Paz

De tudo que vivi nesses anos, ficou a sensação da busca incessante. Sempre a procura de um trabalho que me realizasse, de ideais de vida que me norteassem, de amigos sinceros que me amparassem, de momentos mágicos que se eternizassem, de uma paz que nunca chegava.

Parte de mim, ainda busca e espera. Sinal de vida, acredito eu. Mas a outra parte sente que a paz chegou. Fico tentando encontrar palavras que descrevam, mas que bobagem a minha... não há o que descrever, nem tão pouco é preciso descrever.

Homens que se superam

Falando em homens que se superam, essa frase do Tom Hanks:
"Minha mulher me tornou 100% homem. Antes de conhecê-la eu era + ou - 68% homem".

Dá pra ser menos perfeito?

Sabe o tipo de pessoa que quanto mais você conhece, mais vira fã. Eu nem conheço propriamente essa, mas sou fã número zero a cada dia que passa: Wagner Moura.

O cara solta numa entrevista com a Marília Gabriela (aliás toda a entrevista é apaixonante): “Um dia acho que o homem vai descobrir que é Deus. Não porque Deus não existe, existe porque o homem o criou a sua imagem e semelhança, pra se ver assim de uma forma abstrata, etérea” (trecho adaptado por mim, depois de assistir 2 vezes e ficar inconformada que ninguém ainda colocou no youtube). Como pode alguém conseguir descrever tão bem o que pensamos?

Fala da mulher dele com um carinho explícito no olhar que chega a comover. Essa tal de San é uma mulher de muita sorte. E imagina que ele, em suas próprias palavras, está nu diante dela, deixando-a fazer uma espécie de making of da peça Hamlet.

Vai no Irritando Fernanda Yang e é o único honesto capaz de responder Paca em todas as questões do “Paca, Pouco ou Picas” (pra quem nunca viu o programa, é uma parte em que ela pergunta se determinadas coisas te irritam paca, pouco ou picas).

E, além de tudo, descreve a paternidade como algo indescritível, enquanto sua linguagem corporal diz tudo. Podia ficar aqui descrevendo mais um monte de coisas que assisti nos últimos tempos com o rapaz...

No mais, não há quem discorde que ele é absolutamente brilhante em tudo o que faz na TV, no teatro ou no cinema.

Dá pra ser menos perfeito?

terça-feira, julho 29, 2008

NUA – porque acredito que ninguém passa por aqui

Eu não sei bem quem eu sou. Sei mais aquilo que desejo ser, o alter-ego que criei como meta a ser alcançada. É tão difícil chegar nele, minhas fragilidades e meninices teimam em me mover na direção contrária, quase que como um vício.
É como quando temos medo da felicidade e damos um jeito de ofuscá-la assim que ela surge no horizonte. Desejo inconsciente de sofrimento, como se só ele representasse o que é profundo e real no ser humano.

Únicos

Todos gostamos de nos sentir especiais, únicos, completamente diferentes do mundo.
Queremos ser amados como nunca antes, desejados como ninguém mais, admirados por algo que só nós temos ou fazemos, ser necessários aos outros...
Todos queremos, todos disfarçamos.
Alguns de forma mais sensata e racional, pensando como é tolice e sem importância esse desejo infantil. Outros envergonhados pela arrogância de desejar ser único em um mundo de tantos. Outros ainda por estarem conformados que essa vontade inata não é bem aceita na nossa sociedade, então o melhor é calá-la. E quase todos, assim como eu, um misto de todos esses motivos.
Mas não há engano, o desejo persiste.

domingo, julho 27, 2008

Amigas

Sorrisos, gritos, abraços, lágrimas, fotos, gargalhadas, energia. Incrível! Acho mesmo que parecemos bipolares, só que passamos de uma fase pra outra com a rapidez da luz...
Fiz 30 anos, consegui reencontrar as 5 demais integrantes do clã em um só dia (fato cada vez mais raro e difícil de ser concretizado) e cheguei mais uma vez a conclusão de que o amor verdadeiro é eterno e indissolúvel.

terça-feira, julho 01, 2008

O momento passa

Não me recordo exatamente a frase, mas no filme “O casamento do meu melhor amigo”, naquela cena dos dois no barco, ele diz mais ou menos assim: Quando você sente que ama alguém, deve dizer alto e claro, porque do contrário o momento passa.
Isso não acontece só quando você se nega a dizer eu te amo. Quantos momentos seus passaram? O momento de pedir ajuda, o momento de casar, de ter filhos, de mudar de emprego, de profissão, de ligar para um amigo de infância só pra dizer olá, de fazer a viagem dos sonhos, de dizer adeus... Quantos planos foram desperdiçados porque o momento passou?
Deixamos que tudo passe, por vergonha, medo, porque não parece apropriado na época, porque ainda não estamos na idade ou porque agora é "tarde demais", por qualquer justificativa pífia que mais tarde nem lembramos. Só sabemos que o momento passou.
Qual é o momento certo pra alguma coisa? Se é que existe certo, deve ser o momento do seu desejo, aquela vontade que você pode nem saber o motivo, mas que está em você gritando para ser satisfeita. Melhor hora não há de ter. E se o resultado não for o esperado é porque simplesmente não era pra ser.

segunda-feira, junho 23, 2008

Crônica do Amor - Arnaldo Jabor

"Ninguém ama outra pessoa pelas qualidades que ela tem, caso contrário os honestos, simpáticos e não fumantes teriam uma fila de pretendentes batendo a porta.
O amor não é chegado a fazer contas, não obedece à razão. O verdadeiro amor acontece por empatia, por magnetismo, por conjunção estelar.
Ninguém ama outra pessoa porque ela é educada, veste-se bem e é fã do Caetano. Isso são só referenciais.
Ama-se pelo cheiro, pelo mistério, pela paz que o outro lhe dá, ou pelo tormento que provoca.
Ama-se pelo tom de voz, pela maneira que os olhos piscam, pela fragilidade que se revela quando menos se espera.
Você ama aquela petulante. Você escreveu dúzias de cartas que ela não respondeu, você deu flores que ela deixou a seco. Você gosta de rock e ela de chorinho, você gosta de praia e ela tem alergia a sol, você abomina Natal e ela detesta o Ano Novo, nem no ódio vocês combinam. Então?
Então, que ela tem um jeito de sorrir que o deixa imobilizado, o beijo dela é mais viciante do que LSD, você adora brigar com ela e ela adora implicar com você. Isso tem nome.
Você ama aquele cafajeste. Ele diz que vai e não liga, ele veste o primeiro trapo que encontra no armário. Ele não emplaca uma semana nos empregos, está sempre duro, e é meio galinha. Ele não tem a menor vocação para príncipe encantado e ainda assim você não consegue despachá-lo. Quando a mão dele toca na sua nuca, você derrete feito manteiga. Ele toca gaita na boca, adora animais e escreve poemas. Por que você ama este cara? Não pergunte pra mim; você é inteligente. Lê livros, revistas, jornais. Gosta dos filmes dos irmãos Coen e do Robert Altman, mas sabe que uma boa comédia romântica também tem seu valor.
É bonita. Seu cabelo nasceu para ser sacudido num comercial de xampu e seu corpo tem todas as curvas no lugar. Independente, emprego fixo, bom saldo no banco. Gosta de viajar, de música, tem loucura por computador e seu fettucine ao pesto é imbatível.Você tem bom humor, não pega no pé de ninguém e adora sexo. Com um currículo desse, criatura, por que está sem um amor?
Ah, o amor, essa raposa. Quem dera o amor não fosse um sentimento, mas uma equação matemática: eu linda + você inteligente = dois apaixonados. Não funciona assim. Amar não requer conhecimento prévio nem consulta ao SPC. Ama-se justamente pelo que o Amor tem de indefinível.
Honestos existem aos milhares, generosos têm às pencas, bons motoristas e bons pais de família, tá assim, ó! Mas ninguém consegue ser do jeito que o amor da sua vida é! Pense nisso. Pedir é a maneira mais eficaz de merecer. É a contingência maior de quem precisa."

quarta-feira, junho 18, 2008

Frio

Noite fria, pouca coberta.
Falta abraço para aquecer, seu coração se espreme.
Noite fria, lençol gelado.
Presença inerte, ausente, você se encolhe.
Noite fria, tudo frio.
Pernas e alma inquietas. Contra o verdadeiro frio ninguém pode.

terça-feira, maio 27, 2008

Presente

"Ontem é história, amanhã é mistério, hoje uma dádiva... É por isso que é chamado presente."
por Fabiano Lustosa

terça-feira, maio 13, 2008

Ressaca

"Assim como não se deve misturar bebidas, misturar pessoas também pode dar ressaca."
Martha Medeiros

Por mais que às vezes seja difícil escolher entre o vinho e a cachaça é preciso lembrar que para cada ação há uma reação e, ao fazer uma escolha, é fundamental estar preparado para as conseqüências.

Intimidade

Ouvi recentemente a frase "Intimidade é uma merda!", em um contexto completamente diferente do que me motivou a escrever sobre ela. De alguma forma, ao refletir sobre a intimidade, senti que esta frase foi ratificada. Eu, que sempre busquei o íntimo de todos ao meu redor, saber o que está por dentro, participar dos seus sentimentos e emoções, me questionei se estamos mesmo preparados para essa tal intimidade.
Sinto que ninguém se permite ser invadido por completo, mostrar o seu intimu a alguém é quase como uma curra. Todos nós sempre guardamos dentro de nós algo não desvendado por ninguém, às vezes nem completamente por nós mesmos. E então vivemos a intimidade permitida, o doméstico, a familiaridade.
Mas mesmo essa, por vezes, incomoda. Mostra faces nossas e dos outros que talvez não quiséssemos compartilhar. E a tal intimidade nos faz pensar que podemos dizer tudo o que nos incomoda ou o que pensamos. Esse engano ou falta de preparo nos coloca em situações íntimas demais e, conseqüentemente, por não conseguirmos lidar com elas, fugimos.
A intimidade talvez seja mesmo "uma merda" imposta como parte natural dos relacionamentos humanos, quando na verdade todos nós sabemos que o âmago de cada um não foi feito para ser vasculhado.

da Mata

Tenho gostado cada dia mais da Vanessa da Mata... Duas citações seguem, para momentos bem diferentes. A primeira me comove muito, não sei bem o porquê. A segunda acho de uma perfeição a letra e a melodia, que não consigo se quer explicar. Lá vão trechos do que tenho ouvido:

Amado
Composição: Vanessa da Mata
(...) Fico desejando nós gastando o mar
Pôr do sol, postal, mais ninguém
(...) Minha linda flor Meu jasmim será
Meus melhores beijos serão seus
Sinto que você é ligado a mim
Sempre que estou indo, volto atrás
Estou entregue a ponto de estar sempre só
Esperando um sim ou nunca mais
É tanta graça lá fora passa
O tempo sem você
Mas pode sim Ser sim amado e tudo acontecer
Sinto absoluto o dom de existir,
não há solidão, nem pena
Nessa doação, milagres do amor
Sinto uma extensão divina
É tanta graça lá fora passa
O tempo sem você
Mas pode sim Ser sim amado e tudo acontecer
Quero dançar com você
Dançar com você
Quero dançar com você
Dançar com você

Música
Composição: Liminha / Vanessa da Mata
Nosso sonho se perdeu no fio da vida
E eu vou embora, sem mais feridas, sem despedidas
Eu quero ver o mar, eu quero ver o mar, eu quero ver o mar
Se voltar desejos ou se eles foram mesmo
Lembre da nossa música, música
Se lembrar dos tempos, dos nossos momentos
Lembre da nossa música, música
Nossas juras de amor já desbotadas
Nossos beijos de outrora foram guardados
Nosso mais belo plano desperdiçado
Nossa graça e vontade derretem na chuva
Se voltar desejos ou se eles foram mesmo
Lembre da nossa música, música
Se lembrar dos tempos, dos nossos momentos
Lembre da nossa música, música

Um costume de nós fica agarrado
As lembranças, os cheiros, dilacerados
Nossa bela história está no passado
O amor que me tinhas era pouco e se acabou
Se voltar desejos ou se eles foram mesmo
Lembre da nossa música, música
Se lembrar dos tempos, dos nossos momentos
Lembre da nossa música, música

quarta-feira, maio 07, 2008

Aquele olhar

Sabe quando você olha nos olhos de alguém e percebe que sua vida mudou? Não importa o que aconteça depois, que outros momentos estão reservados ou que escolhas você fará, naquele momento você sabe que a vida mudou e ganhou um novo sentido.
Isso faz com que você perceba tantas outras coisas sobre si mesmo, sobre o que já te aconteceu, sobre o que você já sentiu. E, de repente, você entende que cada sorriso e cada lágrima derramada valeram a pena e te levaram àquele momento. O momento daquele olhar que mudou a sua rota.
Naquele momento você descobre o que é o viver e espera nunca mais deixar de sentir as borboletas no estômago e o tremor das pernas que aqueles olhos te proporcionaram.

Agradecimentos especiais à inspiração do filme "Tudo acontece em Elizabethtown", porque tudo acontece quando você volta a si mesmo.

segunda-feira, maio 05, 2008

Einstein


A mente que se abre a uma nova idéia jamais voltará ao seu tamanho original.

A imaginação é mais importante que o conhecimento.

Algo só é impossível até que alguém duvide e acabe provando o contrário.

Triste época! É mais fácil desintegrar um átomo do que um preconceito.

Guardar ressentimentos é tomar veneno e esperar que a outra pessoa morra.

domingo, maio 04, 2008

Devaneios

Acho que sou uma romântica incurável
E que nem mesmo procuro a cura para isso.
Atrás da minha carapaça prática
Vive alguém que se dá ao luxo de devanear,
Disposta a ficar na gangorra emocional de seus delírios,
Lutando para permanecer nos momentos altos
Mesmo certa de que a descida será inevitável,
Sabendo que nunca mais a linha intermediária a saciará.

Acho mesmo que sou uma louca,
Perdida e confusa com suas ilusões de mundo e felicidade,
Insistindo em permanecer firme nas suas crenças
Mesmo sabendo que podem ser tolas ou inalcançáveis,
Que nem sempre encontramos tudo o que buscamos,
Que muitas vezes a coberta é curta e os pés ficam de fora,
Mas que o calor sentido sempre basta e alimenta o próximo devaneio.

terça-feira, abril 29, 2008

Cansada de besar sapos

"Você veio me procurar? Isto me basta."

Atenção para a trilha sonora do filme... linda. Em especial SOLO PARA TI.

Cena final:
http://br.youtube.com/watch?v=o4v1Wsb5rRM

terça-feira, abril 22, 2008

Uma mente brilhante

Revi o filme Uma Mente Brilhante. Me lembrava de como fiquei emocionada e de como este filme me marcou, mas hoje ele me tocou de uma forma nova. Perceber do que somos capazes, de como o ser humano é capaz de superar qualquer adversidade, de como podemos sim controlar e escolher o que fazer das nossas vidas... O exemplo de John Nash é inigualável nesse sentido. Como alguém que tem esquizofrenia pode se treinar a perceber o que é real e o que são delírios? Se uma mente é brilhante a este ponto, não há limites para nossas capacidades.
E me tocou ainda mais o fator motivacional maior da vida dele: o amor. A confiança da sua mulher em ficar ao lado dele, em apoiar sua decisão de controlar a doença, de não se entorpecer e lutar por uma lucidez que parecia tão inalcançável. O amor é acima de tudo confiança, entregar-se a alguém por sentir-se seguro do que o outro é. No fundo dos olhos delirantes de Nash ela sabia que existia o homem por quem havia se apaixonado, alguém capaz de solucionar qualquer problema, ainda que esse problema estivesse dentro da mente dele.

"Eu sempre acreditei nos números, nas equações e lógicas que levam a razão. Mas, após uma vida de tais buscas, eu pergunto: o que é verdadeiramente lógico? Quem decide a razão? Minha procura me levou através do físico, do metafísico, do ilusório e de volta. E fiz a descoberta mais importante da minha carreira, a descoberta mais importante da minha vida. É somente nas misteriosas equações do amor que qualquer razão lógica pode ser encontrada. Só estou aqui esta noite por sua causa. Você é a razão de eu existir. Você é todas as minhas razões. Obrigado."

http://br.youtube.com/watch?v=25HxTNwr-Vc

sexta-feira, abril 18, 2008

Pessimismo

Às vezes observo o mundo e vejo o pessimismo persistente.
Vejo aqueles que reclamam pelas coisas que se vão, mas são incapazes de notar as que chegam.
Vejo aqueles que se revoltam por tudo que está errado, mas que não se preocupam em fazer o que acham certo.
Vejo aqueles que acreditam piamente que tudo vai de mal a pior, porque se recusam a observar as coisas boas que acontecem.
Vejo aqueles que desistem de sorrir e chorar, porque são inábeis em demonstrar seus sentimentos.
Vejo que o pessimismo é a defesa dos fracos, daqueles que não têm coragem de lutar pelo que é o melhor para eles.
Triste vida deve ser a dessas pessoas... Quando se torna impossível encontrar a felicidade presente e gritante dos pequenos detalhes.

Sete cidades

Já me acostumei com a tua voz
Com teu rosto e teu olhar
Me partiram em dois
E procuro agora o que é minha metade
Quando não estás aqui
Sinto falta de mim mesmo
E sinto falta do meu corpo junto ao teu
Meu coração é tão tosco e tão pobre
Não sabe ainda os caminhos do mundo
Quando não estás aqui
Tenho medo de mim mesmo
E sinto falta do teu corpo junto ao meu
Vem depressa pra mim
Que eu não sei esperar
Já fizemos promessas demais
E já me acostumei com a tua voz
Quando estou contigo estou em paz
Quando não estás aqui
Meu espírito se perde, voa longe

Do eterno Renato, compondo a trilha sonora...

quarta-feira, abril 09, 2008

Pára o mundo que eu quero descer

O que aconteceu conosco?
Em que momento tudo se tornou banal?
Quando a compaixão deixou de fazer parte da humanidade?
Como tantos outros estou horrorizada. Criança torturada com a desculpa de estar sendo "educada", criança estrangulada e supostamente arremessada de uma janela, tudo em menos de 30 dias... E estou mais perplexa ainda por só nos sentirmos horrorizados quando coisas inacreditáveis acontecem, por não prestarmos mais atenção nas milhares de pessoas jogadas nas ruas, nas crianças fumando craque no centro, na fome, na violência gratuita de cada esquina, no nosso próprio descaso.
Me assusta perceber que esses casos logo serão esquecidos e "trocados" por outros, como o menino que foi arrastado pelo asfalto no carro de bandidos em fuga, pelo casal de adolescentes assassinado em Embu, com a garota sendo abusada por sei lá quantos dias, e tantos outros que insisto em esquecer pra manter a sanidade.
Me sinto conivente, omissa, impotente. Uma tralha qualquer envolvida com os assuntos relacionados ao próprio umbigo. E dói. Dói de uma maneira absurda perceber o mundo em que vivemos e que, de alguma forma, diariamente ajudamos a construir.
O que fazer nessas horas?
Acho tão inútil uma série de homenagens, a mídia tratando tragédia como espetáculo, o assunto do elevador ser a morte de uma criança como quem comenta meteorologia. Dizer "Esse caso da menina que morreu está muito mal contado, né?" como quem diz "Acho que hoje vai chover?" só pra ser simpático e puxar assunto. E não é uma crítica aos outros, eu também participo assistindo o "espetáculo", aceitando o assunto proposto...
Vejo as ONGs e associações de familiares que sofreram com essa falta de humanidade, tentando a ajuda mútua, compartilhando a dor, pregando a paz. Será esse o caminho? Isso resolve? Sinceramente, não sei. Tenho 29 anos e desde que me conheço por gente convivo com barbáries, cada vez mais freqüentes e menos relevantes para todos, que se acostumaram, assim como eu, a assistir tudo como um espectador. A se comover com as tragédias e com a "ação" dessas ONGs, como quem vê um filme, chora, enxuga as lágrimas, assoa o nariz e vai pro barzinho.
O que fazer? Se alguém tiver alguma sugestão eu aceito de bom grado, porque do jeito que vai, só tem uma saída: "Pára o mundo que eu quero descer!".

segunda-feira, abril 07, 2008

As limitações da arte

É uma pena que eu não saiba desenhar. Mas podia jurar que, se soubesse, faria um retrato seu que o reproduziria quase que com perfeição.
Já decorei o formato da sua boca, difícil seria pintar o sabor dela. Já decorei a cor e o brilho dos seus olhos, mas seria bastante complexo pintar o que se vê no fundo deles. Decorei o formato do seu rosto, com o queixo perfeito e o nariz desenhado, mas não saberia nem por onde começar a reproduzir a paz que ele me traz. Tentaria desenhar o sorriso, mas seria impossível representar tudo que ele irradia.
A verdade é que, se eu soubesse desenhar, faria um retrato fiel a suas formas, mas que não chegaria nem perto da realidade. Seu sabor, seu cheiro, seu calor, sua energia... isso tudo fica gravado apenas na memória. A arte realmente tem suas limitações.

domingo, abril 06, 2008

Conselho de um velho apaixonado

Quando encontrar alguém e esse alguém fizer seu coração parar de funcionar por alguns segundos...
Se os olhares se cruzarem e, neste momento, houver o mesmo brilho intenso entre eles...
Se o toque dos lábios for intenso, se o beijo for apaixonante, e os olhos se encherem d'água...
Se o 1º e o último pensamento do seu dia for essa pessoa, se a vontade de ficar juntos chegar a apertar o coração...
Se um dia tiverem que pedir perdão um ao outro por algum motivo e, em troca, receber um abraço, um sorriso, um afago nos cabelos e os gestos valerem mais que mil palavras...
Se você conseguir, em pensamento, sentir o cheiro da pessoa como se ela estivesse ali do seu lado...
Se você achar a pessoa maravilhosamente linda, mesmo ela estando de pijamas velhos, chinelos de dedo e cabelos emaranhados...
Se você não consegue trabalhar direito o dia todo, ansioso pelo encontro que está marcado para a noite...
Preste atenção!
Muitas pessoas apaixonam-se várias vezes na vida, mas poucas amam ou encontram um amor verdadeiro. Às vezes encontram e, por não prestarem atenção nesses sinais, deixam o amor passar, sem deixá-lo acontecer verdadeiramente. É o livre-arbítrio. Por isso, preste atenção nos sinais. Não deixe que as loucuras do dia-a-dia o deixem cego para a melhor coisa da vida: o AMOR!"
Adaptado de Carlos Drummond de Andrade

domingo, março 30, 2008

Indiferença

Não há dor maior que a da indiferença. Mais do que o desprezo ou o desdém, alimentados por sentimentos maiores, nobres ou não, a indiferença cria feridas sem tratamento. Apresenta-se com a famosa “cara de paisagem”, não dá dicas de porque acontece ou de como revertê-la.
Sensação pior não há do que perceber alguém indiferente a você. Perceber que sua presença não faz diferença, que sua existência é irrelevante. Contra o ódio, o rancor, a ira e até o desprezo há argumentos e tentativas, a indiferença nada permite.
E ela se reproduz de forma inigualável, porque diante da indiferença a única defesa é tornar-se indiferente. E quando isso acontece uma nova era glacial se instala e a distância criada é intransponível.
Por isso, faça questão de enxergar as pessoas ao seu redor, preste atenção em tudo e todos, não se torne indiferente a nada Não se permita perder o sentir, ainda que por vezes isto lhe traga lágrimas, angústia e mal estar. Tudo é reversível e remediável se você ainda tiver a capacidade de sentir.
"Há mais coisas na vida que são perdidas pela indiferença do que pela hostilidade explícita."
Robert Gordon Menzies

terça-feira, março 25, 2008

Coincidência

Eis que estava eu com essa música na cabeça, na boca e no celular, quando a baiana me aparece na TV, no programa de maior audiência, e a canta, bem antes do climax. Tudo de bom! Coincidências sempre são divertidas... Passando o recado.

Às vezes se eu me distraio
Se eu não me vigio um instante
Me transporto pra perto de você
Já vi que não posso ficar tão solta
Me vem logo aquele cheiro
Que passa de você pra mim
Num fluxo perfeito
Enquanto você conversa e me beija
Ao mesmo tempo eu vejo
As suas cores no seu olho, tão de perto
Me balanço devagar
Como quando você me embala
O ritmo rola fácil
Parece que foi ensaiado
E eu acho que eu gosto mesmo de você
Bem do jeito que você é
Eu vou equalizar você
Numa freqüência que só a gente sabe
Eu te transformei nessa canção
Pra poder te gravar em mim
Adoro essa sua cara de sono
E o timbre da sua voz
Que fica me dizendo coisas tão malucas
E que quase me mata de rir
Quando tenta me convencer
Que eu só fiquei aqui
Porque nós dois somos iguais
Até parece que você já tinha
O meu manual de instruções
Porque você decifra os meus sonhos
Porque você sabe o que eu gosto
E porque quando você me abraça
O mundo gira devagar
E o tempo é só meu
E ninguém registra a cena
De repente vira um filme
Todo em câmera lenta
E eu acho que eu gosto mesmo de você
Bem do jeito que você é
Eu vou equalizar você
Numa freqüência que só a gente sabe
Eu te transformei nessa canção
Pra poder te gravar em mim

domingo, março 23, 2008

Amores são sempre possíveis

Apesar de Platão, do Romantismo e de toda esta cultura de Tristão e Isolda que nos assola, todos esperam viver amores possíveis. O sofrimento é lindo nos filmes, produtivo para os artistas e insuportável a longo prazo para qualquer ser humano normal. Muitos insistem em dizer que não é fácil encontrar um amor, outros afirmam que é difícil manter a chama acesa com o tempo. Mas a verdade é que, quando se quer amar e se permite ser amado, amores são sempre possíveis.

Amores possíveis
Paulinho Moska

Sim,
Tudo agora está no seu lugar
O universo até parece conspirar pra que não seja em vão,
Tanto tempo esperando esse amor
Sim,
Parece até que nada em nós mudou
Tanta coisa a gente inventou
Pra chegar afinal onde sempre eu te quis ver chegar
Paixões que eu vivi como se fosse uma,
A tua espera sempre foi assim
Contratos feitos com o tempo
Amores são sempre possíveis

domingo, março 16, 2008

Dizer ou não dizer, eis a questão!

Tive uma infância quieta, repleta de silêncios, na proteção do meu quarto. Pensava, pensava e pensava, mas não dizia nada. Não sabia como me comunicar com palavras ditas, então escrevia e escondia, porque deixar alguém ler seria o mesmo que falar e isso eu não sabia.
Com o tempo, fui querendo interagir e fazer parte do mundo. Queria sair da solidão que me assolava de uma maneira incompreensível. Aprendi a falar, sobre tudo um pouco, a sós ou pra multidões. Passei a acreditar que tudo precisava ser dito, que sentimentos e pensamentos foram feitos para serem compartilhados. E falei muito, demais.
Voltei a refletir e descobri que algumas coisas devem ser ditas e outras não, isso é racional. Mas é difícil escolher o que dizer. Pensei que se você tem que discutir muito um assunto é porque algo não está dando certo, então é melhor não falar. Os olhos fariam sua parte.
Hoje percebi meu ledo engano, não falar também deixa marcas. O silêncio fala, grita até. E, assim como os olhos, corre o risco de ser mal interpretado.
Entre minhas eternas tentativas de ser racional e minhas também eternas destemperanças de instinto, só consigo acreditar que não há certo nem errado quando o assunto é se expressar.
Percebi que falar pode ser a forma mais justa de se fazer entender e de procurar entender o outro, ainda que muitas vezes seja constrangedor ou até enfadonho. Porque tudo o que fica mal resolvido, dito pela metade ou não dito permanecerá dentro de você, como uma erva daninha impedindo o seu crescimento. E isso definitivamente não pode ser racional.
Ainda que o receio de quem já falou demais continue me perseguindo, vou tentar me lembrar da questão: Dizer ou não dizer? Entre as tantas escolhas que temos na vida, essa será só mais uma. Por vezes poderei me arrepender, outras me sentirei aliviada por dizer ou não. E isso certamente me fará crescer. Nada pode ser mais racional.

Martha Medeiros

Sem querer, navegando nesse mundo que é a internet, tive o prazer de descobrir essa jornalista e escritora gaúcha, chamada Martha Medeiros.
Para o deleite de vocês, separei alguns trechos de um poema chamado A Voz do Silêncio:

" Pior do que a voz que cala,
é um silêncio que fala.

Simples, rápido! E quanta força!


(...)

É mil vezes preferível uma voz que diga coisas
que a gente não quer ouvir,
pois ao menos as palavras que são ditas
indicam uma tentativa de entendimento.

Cordas vocais em funcionamento
articulam argumentos,
expõem suas queixas, jogam limpo.
Já o silêncio arquiteta planos
que não são compartilhados.
Quando nada é dito, nada fica combinado.


(...)

Mesmo no amor,
quando a relação é sólida e madura,
o silêncio a dois não incomoda,
pois é o silêncio da paz.

O único silêncio que perturba,
é aquele que fala.

E fala alto.

É quando ninguém bate à nossa porta,
não há emails na caixa de entrada
não há recados na secretária eletrônica
e mesmo assim, você entende a mensagem."

terça-feira, março 11, 2008

Sim

Sinastria,
Sincronia,
Sintonia,
Sinfonia.

Simples
Sim.

Sinto assim,
Você em mim.

Sisters by chance, Friends by choice

Minha eterna pequena desde bebê é o centro do seu mundinho. Com sua voz estridente, seu sorriso meigo e seu jeitinho maroto, conquista todos ao seu redor. Suas roupas, tatuagens e piercings realmente não contradizem o que ela é: uma constante contradição. Chora, grita, bate o pé, faz drama e sempre consegue o que quer. Mas é só uma menina, com um coração imenso sempre disposto a dar carinho e amor. Com seu humor ácido, sua dualidade geminiana e a maneira espalhafatosa de chegar, ela realmente chegou e nos escolhemos pra ser amigas, irmãs.

Giz

Peguei o giz de cor pra pintar as nuances da nossa vida. Na caixa só tinham seis, poucas cores pra representar tanto. Pintei o céu que cobriu tantas conversas nossas, tantas loucuras, por vezes azul, por vezes negro pintado de estrelinhas. A conversa sempre rendia, mas muitas vezes não satisfazia. Quantas a gente não entendeu? Pintei ainda as paredes que abrigavam nossa rotina, por vezes multicolorida e outras tantas cinza. Rotina que criamos até que nos engolisse e desbotasse as cores. Pintei o chão que não pisávamos e não lembro se quer a cor. Será que você consegue lembrar? Talvez não, era distante. Os gizes começaram a não ter graça, então decidi pintar o sol. Aquele que ainda brilha sobre nós, ressaltando todas as matizes, iluminando tantas outras conversas, tantas rotinas mutáveis e o chão que agora nos ampara, firme e palpável. Me deito sobre ele e relaxo. Como nos faz bem, não acha?

segunda-feira, março 10, 2008

Ser mulher

Em "comemoração" ao Dia Internacional da Mulher, pensei sobre o que era ser mulher nos dias de hoje. Difícil saber. Aliás difícil saber o que é ser qualquer coisa nos dias de hoje...
Digressões a parte e caindo no "lugar comum", ser mulher hoje em dia é uma tarefa árdua. Jornada tripla obrigatória, busca incessante pela beleza, obsessão por ser a melhor amante e tudo isso que a gente encontra nas revistas ditas femininas.
Mas não era bem isso que eu estava procurando. Queria pensar sobre o que é a energia feminina, o que toda mulher traz dentro de si. Lá se vão algumas das minhas reflexões (bem resumidas, afinal demoraram 2 dias para estarem prontas):
Toda mulher é um pouco subserviente, porque o cuidar é feminino.
Toda mulher é uma hipérbole, seus sentimentos são imensos, exagerados.
Toda mulher guarda dentro de si uma menina amedrontada e carente, que deseja ser protegida, afagada.
Toda mulher é um pouco mãe, mesmo antes ou sem parir elege filhos para proteger por toda a vida.
Toda mulher tem seu lado leoa, sai a caça, enfrenta a selva e luta pela própria sobrevivência e a daqueles que ama.
Toda mulher tem complexo de Cinderela, espera encontrar o príncipe encantado e ser feliz pra sempre.
Toda mulher traz dentro de si o caos... Mas o mundo não seria o mundo se ele não tivesse existido, assim como não seria possível ser mulher sem ser um pouco caótica.
Afinal, voltando ao "lugar comum", que ser humano "normal" conseguiria cozinhar, cuidar de criança, falar ao telefone e pensar nas tarefas do dia seguinte ao mesmo tempo, sem deixar que nenhuma tragédia acontecesse?

Ferreira Gullar


Esse final de semana, me encontrei com Ferreira Gullar. Não exatamente com sua poesia e sim com ele falando de outro mago das palavras: Vinícius. Mas lembrei-me do quanto gosto dos seus escritos, especialmente o que se segue.
TRADUZIR-SE
Uma parte de mim
é todo mundo:
outra parte é ninguém:
fundo sem fundo.
uma parte de mim
é multidão:
outra parte estranheza
e solidão.
Uma parte de mim
pesa, pondera:
outra parte
delira.
Uma parte de mim
é permanente:
outra parte
se sabe de repente.
Uma parte de mim
é só vertigem:
outra parte,
linguagem.
Traduzir-se uma parte
na outra parte-
que é uma questão
de vida ou morte -
será arte?

sexta-feira, março 07, 2008

De repente

De repente percebi que tudo em você me faz bem. Ouvir sua voz, ver seu sorriso, observar seus olhos sempre brilhantes e mesmo te admirar imóvel, dormindo... Bem estar assim de graça, sem nenhum esforço, sem nenhum motivo.

sexta-feira, fevereiro 22, 2008

Tem dias

Tem dias que você preferiria não ter acordado, a cama parecia tão mais acolhedora...
Mas você se levantou, as notícias não foram boas, sua rotina foi alterada, o mau humor se instalou e tudo pareceu sem sentido. Você se pergunta porque coisas assim acontecem, se alguma atitude sua justifica os fatos, o que há para ser feito e só consegue encontrar motivos para ficar ainda mais desolado. Então, toca Raul:

"Tem dias que a gente se sente
Um pouco, talvez, menos gente
Um dia daqueles sem graça
De chuva cair na vidraça
Um dia qualquer sem pensar
Sentindo o futuro no ar
O ar, carregado sutil"

segunda-feira, fevereiro 18, 2008

O que importa é o como...

...porque coisas boas devem ser registradas no momento em que você as ouve:
"Não importa o que você vive e sim o modo como você escolhe viver."

Conselho astrológico

Estava eu, mais uma vez, exercitando a tarefa do auto-conhecimento quando me deparei com o seguinte conselho: Para refrear os dramas, quando eles começarem a acontecer, se pergunte: "isto é realmente tão sério quanto eu estou percebendo?". Parei pra pensar e é realmente sério.
Sério perceber quanta tempestade em copo d´água fazemos na vida, quantas chateações não mereciam um terço da atenção que dispensamos a elas, quanta energia gastamos alimentando sentimentos que não nos servirão para absolutamente nada.
Sério encarar a realidade de que somo todos (minha geração, ao menos) mimados e queremos que as coisas aconteçam exatamente do nosso jeito. Sério imaginar quantos mal entendidos poderiam simplesmente não existir se pensássemos antes de cada momento de irritação "isto é realmente tão sério quanto eu estou percebendo?".
Porque, relembrando somente os meus pequenos "dramas" da última semana, percebi que TODOS eles não eram realmente sérios o suficiente para o tempo que demandei pensando sobre eles. Decidi então não relembrar mais nenhum pra deixar de me sentir tão infantil e ridícula.
Então, no próximo drama (que não deve demorar, afinal leonina adora um teatro!) já tenho frase pronta: Fala sério!

sexta-feira, fevereiro 15, 2008

Afinidade

Recebi este texto da minha amiga balzaca, com quem tenho uma afinidade inexplicável (como toda afinidade) e quis compartilhá-lo com o mundo. Sei que "o mundo" não lê minhas viagens e desmandos por aqui, mas é o mais próximo que consegui. Então vai...

Afinidade - por Artur Távola

A afinidade não é o mais brilhante, mas o mais sutil, delicado e penetrante dos sentimentos. É o mais independente. Não importa o tempo, a ausência, os adiamentos, as distâncias, as impossibilidades. Quando há afinidade, qualquer reencontro retoma a relação, o diálogo, a conversa, o afeto no exato ponto em que foi interrompido.
Afinidade é não haver tempo mediando a vida. É uma vitória do adivinhado sobre o real. Do subjetivo para o objetivo. Do permanente sobre o passageiro. Do básico sobre o superficial.
Ter afinidade é muito raro. Mas quando existe não precisa de códigos verbais para se manifestar. Existia antes do conhecimento, irradia durante e permanece depois que as pessoas deixaram de estar juntas. O que você tem dificuldade de expressar a um não afim, sai simples e claro diante de alguém com quem você tem afinidade.

Afinidade é ficar longe pensando parecido a respeito dos mesmos fatos que impressionam, comovem ou mobilizam. É ficar conversando sem trocar palavras. É receber o que vem do outro com aceitação anterior ao entendimento. Afinidade é sentir com. Nem sentir contra, nem sentir para, nem sentir por, nem sentir pelo. Quanta gente ama loucamente, mas sente contra o ser amado. Quantos amam e sentem para o ser amado, não para eles próprios.S entir com é não ter necessidade de explicar o que está sentindo. É olhar e perceber. É mais calar do que falar, ou, quando é falar, jamais explicar: apenas afirmar.
Afinidade é jamais sentir por. Quem sente por, confunde afinidade com masoquismo. Mas quem sente com, avalia sem se contaminar. Compreende sem ocupar o lugar do outro. Aceita para poder questionar. Quem não tem afinidade, questiona por não aceitar.
Afinidade é ter perdas semelhantes e iguais esperanças. É conversar no silêncio, tanto nas possibilidades exercidas quanto das impossibilidade vividas. Afinidade é retomar a relação no ponto em que parou sem lamentar o tempo de separação. Porque tempo e separação nunca existiram. Foram apenas oportunidades dadas (tiradas) pela vida, para que a maturação comum pudesse se dar. E para que cada pessoa pudesse e possa ser, cada vez mais a expressão do outro sob a forma ampliada do eu individual aprimorado.

quarta-feira, fevereiro 13, 2008

A favorita

Minha favorita do Lulu e uma das minhas letras favoritas dentre todas. Tema de 2001 recordado agora e retomado sempre que visitado.

Tempos Modernos
Lulu Santos

Eu vejo a vida melhor no futuro
Eu vejo isso por cima de um muro
De hipocrisia que insiste em nos rodear.
Eu vejo a vida mais clara e farta
Repleta de toda satisfação
Que se tem direito do firmamento ao chão.
Eu quero crer no amor numa boa
Que isso valha pra qualquer pessoa
Que realizar a força que tem uma paixão.
Eu vejo um novo começo de era
De gente fina, elegante e sincera
Com habilidade pra dizer mais sim do que não.
Hoje o tempo voa amor
Escorre pelas mãos
Mesmo sem se sentir
Não há tempo que volte amor
Vamos viver tudo que há pra viver
Vamos nos permitir.

segunda-feira, fevereiro 11, 2008

O mistério de cada um

Definitivamente o ser humano não pode ser explicado ou compreendido por uma ciência exata. Tentamos classificar estereótipos e personalidades através da psicologia, decifrar cada indivíduo através da astrologia e de outras tantas "logias" surgidas depois, observar comportamentos prevalentes e colocar tudo isso em números e probabilidades através da estatística. Salvo esta última, todas estão bem longe de serem ciências exatas, assim como estamos bem longe de conseguir entender a humanidade e um ao outro com exatidão.

A verdade é que cada um de nós mal consegue entender a si próprio, nessa torrente de emoções que sentimos a cada minuto e na vastidão de pensamentos que passam pelas nossas cabeças no mesmo minuto. É muita pretensão, então, acharmos possível entender outro alguém, não acha?

Achar todo mundo acha, mas é verdade também que ninguém desiste dessa ingrata missão. É só ouvir um pouco de música ou ler alguma poesia e nos defrontamos com uma das mais antigas obsessões humanas:
“Ah!, se eu pudesse entender o que dizem os teus olhos...”
"Eu queria ver no escuro do mundo onde está tudo o que você quer"

Refletindo sobre os motivos que nos levam a essa quase tortura, percebi que talvez (talvez mesmo, assim sem exatidão alguma) seja essa nossa velha mania que faz nos interessarmos uns pelos outros. O desafio de decifrar o mistério de cada um ou parte dele pode ser o que nos faz querer passar mais tempo ao lado de alguém, em busca de mais uma peça para esse imenso quebra-cabeça. E a maior recompensa é descobrir nas peças dos outros quebra-cabeças, respostas para os próprios mistérios e deixá-los também serem desvendados, por si próprio e por quem você permitir.

domingo, fevereiro 10, 2008

Ninguém é igual a ninguém...

Do velho e bom Humberto, mal humorado, por vezes antipático, mas que sabe escrever como poucos...

Há tantos quadros na parede
Há tantas formas de se ver o mesmo quadro
Há tanta gente pelas ruas
Há tantas ruas e nenhuma é igual a outra
(...)
Há palavras que nunca são ditas
Há muitas vozes repetindo a mesma frase:
Ninguém é igual a ninguém
(...)
Todos iguais e tão desiguais,
Uns mais iguais que os outros
Há pouca água e muita sede
Uma represa, um apartheid
(a vida seca, os olhos úmidos)
(...)
Todos iguais, todos iguais
Mas uns mais iguais que os outros

sábado, fevereiro 02, 2008

Metade de mim

Porque metade de mim é o que eu falo e a outra metade é o que eu calo.
Porque metade de mim é o que os meus olhos mostram e a outra metade é o que se revela em diálogos.

Metade
Oswaldo Montenegro

Que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que anseio
Que a morte de tudo em que acredito
Não me tape os ouvidos e a boca
Porque metade de mim é o que eu grito
Mas a outra metade é silêncio
(...)
Que não seja preciso mais que uma simples alegria
Pra me fazer aquietar o espírito
E que o teu silêncio me fale cada vez mais
Porque metade de mim é abrigo
Mas a outra metade é cansaço
(...)
E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é amor
E a outra metade também

E agora?

Tem dias que a gente não sabe o que fazer consigo mesmo. Que o apartamento parece gigante, os livros vazios, a televisão sem opção, as músicas repetitivas e o computador enfadonho. O sono não chega, a cama te expulsa, a geladeira não tem nada que te interessa e você simplesmente se sente sozinho.
Dá vontade de pegar o telefone, mas você não quer atrapalhar ninguém.
Dá vontade de pegar o carro, mas você não tem pra onde ir.
Dá vontade de deitar no colo, mas você não alcança o seu.
Dá vontade de conversar sozinho, mas sua voz nunca é o suficiente.
Ainda bem que esses dias são raros e passam, de uma forma ou de outra. Nesses momentos, me rendo ao consolo da caneta (ou do teclado).

E sempre tem alguém que também já escreveu algo sobre o que você está sentindo...
"E agora, José? A festa acabou, a luz apagou, o povo sumiu, a noite esfriou, e agora, José?"
Carlos Drummond de Andrade

quinta-feira, janeiro 31, 2008

Moulin Rouge by camarim

Inspirada pela montagem de pedaços de músicas no filme Moulin Rouge, quis também fazer minha pequena “arte”. Obviamente, a melodia deixaria muito a desejar e esta em nada se compara a original, mas fica como uma versão tupiniquim dessa admiradora dos verdadeiros gênios.

Estranho seria se eu não me apaixonasse por você
É só pensar em você que muda o dia
E quando eu durmo no seu colo você me faz sentir de novo o que eu já não sentia mais
Quando não estás aqui sinto falta de mim mesmo e sinto falta do meu corpo junto ao teu

E é tão grande o amor que a gente faz que até os absurdos são reais
Eu trocaria a eternidade por esta noite. Porque está amanhecendo? Peço o contrario, ver o sol se por...
Já está chegando a hora de ir
Mas meu coração não compreende a razão de me arrancarem de ti

Se fosse só sentir saudade mas tem sempre algo mais, é uma dor que dói no peito
Sou feliz agora. Não, não vá embora, não
Não vá embora, fique um pouco mais

Como é difícil ter que ir e te deixar, te abraçar e resistir, dar adeus, me despedir
Cada minuto é muito tempo sem você
Espero que o tempo passe, espero que a semana acabe pra que eu possa te ver de novo

Eu quero ter o teu amor, espero
Durma bem meu amor

terça-feira, janeiro 29, 2008

Nova paixão - Quintana

A IDADE DE SER FELIZ
Mário Quintana

Existe somente uma idade para a gente ser feliz, somente uma época na vida de cada pessoa em que é possível sonhar e fazer planos e ter energia bastante para realizá-los a despeito de todas as dificuldades e obstáculos.Uma só idade para a gente se encantar com a vida e viver apaixonadamente e desfrutar tudo com toda intensidade sem medo nem culpa de sentir prazer.Fase dourada em que a gente pode criar e recriar a vida à nossa própria imagem e semelhança e vestir-se com todas as cores e experimentar todos os sabores e entregar-se a todos os amores sem preconceito nem pudor.Tempo de entusiasmo e coragem em que todo desafio é mais um convite à luta que a gente enfrenta com toda disposição de tentar algo NOVO, de NOVO e de NOVO, e quantas vezes for preciso.
Essa idade tão fugaz na vida da gente chama-se PRESENTE e tem a duração do instante que passa.

segunda-feira, janeiro 28, 2008

Fim?

Existe um assunto em voga em uma parte seleta da mídia e que tem sido um mote constante em minha vã filosofia: a terminalidade. Começo pelo "existe vida após a morte?" e termino não sei bem onde. No caminho percorrido, percebo apenas como somos relutantes em aceitar o fim.

O ser humano insiste em eternizar os momentos, os relacionamentos, os sentimentos, as ilusões, o planeta, a si mesmo... Qualquer morte, seja ela do que for, causa um impacto inigualável. Procuram-se motivos, culpados e catarticamente há a tortura de pensar no "se", como se algo pudesse modificar ou reverter o fato.

Não seria mais fácil compreendermos que é assim: tudo tem começo, meio e fim? Racionalmente falando pode ser, mas não é fácil ter somente umas 3 horas do seu dia pra você (tirando as 8 do trabalho, as 2 do trânsito, umas 2 pra comer, mais 1 pra se vestir e pra higiene pessoal e 8 pra dormir) e uma expectativa de vida relativamente baixa e, ainda assim, ter que aceitar que momentos bom acabem e que você também vai acabar.

Diante de tanta dificuldade pra chegar a alguma conclusão definitiva, seja porque ainda não amadureci a idéia ou porque simplesmente reluto com ela como todos os demais, a única pseudo conclusão que consigo ter é: aproveite tudo, sempre, ao máximo.

Trabalhe com afinco e paixão, aproveite o trânsito para cantar e pensar, coma com prazer, aproveite o banho para sentir o aroma e a delícia da água, sonhe acordado e dormindo, desfrute da companhia das pessoas que você ama e que te fazem felizes, leia, assista filmes, ouça muita música, gargalhe e eternize cada momento dentro de você...

Se tudo acaba mesmo, que o começo, o meio e até o fim deixem a sensação de ter valido a pena.

Observação: Assistam ao filme Meet Joe Black (Encontro Marcado). Poucas pessoas chegam ao final da vida como o personagem do Anthony Hopkins... Mas vale a pena tentar!

domingo, janeiro 20, 2008

Vivendo em paz

Não consigo achar a música, não conheço a melodia. Sei apenas as palavras, muitas delas de cor, que já me são o suficiente nesse momento.
Observação importante: Mesmo assim, se alguém tiver a música, pode me enviar que eu agradeço muitíssimo!!!!

Vivendo em Paz
Tuzé Abreu

Quem se salva nessa brasa, quem acende um fogo novo
Cruza a crise, colhe a calma
Alegra a alma desse povo
Vive em paz e harmonia
Abre a porta da alegria
Amor, meu amor, minha vida
Meu sonho, meu caso
Te amo, te adoro, contigo eu me caso
Agora aqui fora ou dentro de nós
Na dança, na lança, na tranca
Trocando carícias
Cantando ou calados
Curtindo delícias
Querendo, sabendo, vivendo em paz

quarta-feira, janeiro 16, 2008

30 anos

Em homenagem a minha grande amiga que faz 30 anos amanhã e em minha própria homenagem, já que estou praticamente lá (pensando bem, vou ter que mudar o subtítulo do meu blog muito em breve), segue parte de uma crônica do Mário Prata:

"O que mais as espanta é que, de repente, elas percebem que já são balzaquianas. Mas poucas balzacas leram A Mulher de Trinta, de Honoré de Balzac, escrito há mais de 150 anos. Olhe o que ele diz: 'Uma mulher de trinta anos tem atrativos irresistíveis. A mulher jovem tem muitas ilusões, muita inexperiência. Uma nos instrui, a outra quer tudo aprender e acredita ter dito tudo despindo o vestido. (...) Entre elas duas há a distância incomensurável que vai do previsto ao imprevisto, da força à fraqueza. A mulher de trinta anos satisfaz tudo, e a jovem, sob pena de não sê-lo, nada pode satisfazer'. (...) São fortes as mulheres de 30. E não têm pressa pra nada. Sabem aonde vão chegar. E sempre chegam."

Quando tínhamos 18 anos, achávamos que aos 30 nossas vidas seriam completamente diferentes do que são e seu término estaria mais próximo do que está. Engraçado chegarmos lá nos sentindo tão bem com o que somos, sabendo que há tanto caminho pela frente e ainda com uma sensação de começo. Deve ser o fim do retorno de Saturno no nosso ciclo de vida, o que me lembra uma música linda, do eterno Renato, que vem bem a calhar com o momento:

"E aos vinte e nove com o retorno de Saturno, decidi começar a viver..."

E que o início seja maravilhoso, com o fôlego e a vitalidade dos 20 e a sabedoria e a tranqüilidade dos 40. Mistura boa, que só os 30 podem te proporcionar.

terça-feira, janeiro 15, 2008

Pátria

Não sei bem o que é.
Adaptação, costume, cultura, paixão...
Só sei que descobri que nasci direitinho onde deveria.
Sol, calor, mar.
Feijão, cachaça, churrasco.
Samba, forró, bossa nova.
Gente, energia, alegria.
Tem jeito de não gostar?

quinta-feira, janeiro 10, 2008

Heróis

Quantas vezes em sua vida você já posou de herói? Ainda que isso lhe custasse algum sacrifício, afinal não há atitude heróica que não venha acompanhada de, no mínimo, bastante altruísmo. Quantas vezes você se sentiu responsável por "salvar" alguém, manter as pessoas "seguras" ou qualquer coisa que o valha? Ainda que para isso abrisse mão da sua própria salvação, por assim dizer. Por vaidade de ser o herói de alguém ou porque este é o estereótipo que se espera de alguém "bom", não importa. Todos passamos por isso.
Mas ninguém é herói de ninguém. Mesmo os mais famosos por suas atitudes heróicas tinham imensas fragilidades e, com certeza, não ficavam nada confortáveis com as expectativas ao redor deles.
Estamos por aqui apenas em busca de nos descobrir no mundo e em nós mesmos. Vamos sangrar no meio do caminho, vamos sonhar, vamos perceber que o importante é viver o agora, o que pudermos experimentar com nossos sentidos... e tudo isso fará parte da estrada.
Despir-se dos personagens que criamos para saciar tantas expectativas, nossas e dos outros, é uma lição difícil de aprender. Cada pedaço dela arranca partes de você, abre feridas. Mas quando enfim ela termina, você descobre alguém maravilhoso por detrás de toda aquela roupagem e apaixona-se por si mesmo. Isso vale cada minuto de angústia...

E, deixando o preconceito de lado, apreciem esta música que me inspirou:
"Se eu quiser chorar, não ter que fingir, sei que posso errar, que é humano se ferir. Parece absurdo, mas tente aceitar que os heróis também podem sangrar. (...) Seja como for, agora eu sei que o meu papel não é ser herói no céu. É na Terra que eu vou viver. (...) Sou só mais alguém querendo encontrar a minha própria estrada pra trilhar (...) E não é fácil."