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36 anos, curiosa e viajante. Nas horas vagas, também dona de casa, professora e enfermeira.

domingo, novembro 02, 2008

Complexo de Cinderela

Partida pela ambivalência entre o complexo de Cinderela e minha criação espanhola matriarcal, sinto tremenda dificuldade em entender o que quero ou como quero. A menina Cinderela, frágil, que precisa ser cuidada, não se cansa de brigar com a mulher forte, independente e auto-suficiente que fui educada para ser.

Por vezes, sinto uma solidão algoz, um desejo incontrolável de colo e abraço, mas não sei pedir. Não aprendi como pedir nada a ninguém e sempre acabo me sentindo culpada por precisar de algo e ter que incomodar alguém por conta disso. Não que não seja rodeada de pessoas maravilhosas a quem poderia recorrer, muito pelo contrário! Mas sempre penso em como as tiraria de sua rotina tranqüila ou de seus afazeres com outras coisas e com as outras pessoas importantes da vida.

Sei que na minha geração é absolutamente normal (e muito prazeroso) ir ao cinema sozinha, preparar um jantar saboroso e trabalhoso só para você em um dia de semana qualquer, sentar no sofá para ver um bom filme ou ler um delicioso livro, muitas vezes acompanhada de um vinho ou de orgias alimentares. E faço tudo isso, claro! Mas esta mesma geração é meio Bridget Jones (All by myself... cena clássica) e obviamente tem seus dias de “cansaço” com toda essa independência.

Somado a tudo isso, o âmago do complexo de Cinderela, da princesinha que é “salva” de todas suas mazelas com toda a temática de um conto de fadas. Essa expectativa da mágica, das pessoas adivinharem seus desejos mais profundos, de tudo se resolver sem nenhum esforço maior, é mais um ingrediente pra confusão tipicamente feminina (digo feminina, porque desconheço as dúvidas intrínsecas ao mundo masculino).

Complicado é conseguir administrar todo esse “balaio” interno sem virar uma pessoa insuportável (para você e para os outros) e sem permitir que isso interfira nos seus pequenos prazeres da vida.

Um comentário:

Anônimo disse...

Dont worry...vai passar...tudo dentro do propósito, apesar destes momentos que insistem em nos visitar...chegaremos lá ...na sonhada paz mental ...Lov u xuxu