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36 anos, curiosa e viajante. Nas horas vagas, também dona de casa, professora e enfermeira.

terça-feira, dezembro 23, 2008

Caixinha de fotos

Abriu sua caixinha de fotos e lembranças. Incrível como se lembrava de cada momento ali registrado. Pensava em como a memória é incompreensível, como nos esforçamos pra lembrar um número de telefone ou uma palavra que usamos quase diariamente e como é fácil recordar um momento bom, as cores, cheiros e sabores de cada instante feliz. Reviu cada foto com um misto de alegria e nostalgia e começou a recordar de outros tantos momentos não fotografados e não descritos. Do estalar de dedos em suas pernas enquanto dirigia ou parava no farol, das gargalhadas conjuntas por motivos que nem sequer lembrava, das caras felizes na beirada do copo de cerveja importada e da caipirinha com cachaça, das músicas cantadas em tom desafinado, dos beijos jogados ao vento, de como perdia sempre que jogava e da cara de contentamento do outro lado, do olhar na cama antes de dormir, do beijo de bom dia, infinidades... Pensou em como é estranha essa vida que nos leva a rumos tão inusitados, em como às vezes se sentia uma marionete do destino, sem o poder de decidir o próprio caminho. Fechou a caixinha com uma lágrima escorrendo pela face e molhando o sorriso da certeza: a memória é realmente incompreensível, mas também é uma dádiva. Aqueles momentos seriam sempre nítidos e atemporais para ela e sempre trariam de volta a felicidade que ela gostava tanto de sentir. Guardou a caixinha em seu lugar, não precisava mais dela.

Um comentário:

Anderson disse...

Oi Srta.
Achei muito interessante seu blog. [Parabéns]
Beijos.


Ps. Se possivel, não deixe de acessar meu blog para compreender um pouco do meu Fetiche. Desde já agradeço.