Não sei o sentido de muitas coisas, mesmo daquelas que penso, escrevo ou faço. Não entendo muito dos instintos que regem nossa natureza, apesar de me esforçar cotidianamente para esclarecer nossos mistérios.
Surpreendo-me constantemente comigo e com os outros, mesmo quando desprovida de qualquer conceito prévio. Encontro em mim a cada dia uma qualidade nova, boa ou ruim, que me espanta por eu nunca ter notado antes a existência. Percebo nos outros tantas qualidades, também boas e ruins, que me sobressaltam muitas vezes porque não espero tanta pureza e outras tantas porque não aceito a perversidade.
Às vezes chego a me divertir tentando decifrar se sou tão distraída quanto pareço até pra mim ou se sou muito mais perspicaz do que eu mesma imagino.
Mas acredito mesmo nas intenções. Elas são claras, ainda que os resultados nem sempre sejam os designados pelos propósitos anteriores. Boas intenções nunca devem ser abandonadas, ainda que a forma de colocá-las em prática tenha que ser modificada incontáveis vezes.
E confio, sobretudo, na verdade, porque segredos e reservas são sempre desnecessários. Nunca a dor de uma verdade suplantará a dor de descobrir uma mentira, por pior que seja a verdade ou menor que seja a mentira.
No mais, a cada dia me convenço que minha miopia para o mundo está menor. E essa súbita nitidez que toma conta dos meus sentidos me trouxe uma ainda mais súbita segurança.
Enxergar o trilho e saber aonde ele vai dar é o que importa e a manivela que determina o destino do seu trem deve ser movida apenas por você.
PS. Filosofando só pra não perder o costume... ; )
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