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36 anos, curiosa e viajante. Nas horas vagas, também dona de casa, professora e enfermeira.

quinta-feira, novembro 27, 2008

Vida a sério

Me descubro de repente redescobrindo tantas coisas,
Redescobrindo o sorriso de outrora,
Os olhares adormecidos na loucura do dia a dia.
Me pergunto quase cotidianamente
Porque todos somos assim?
Nos deixamos levar pelas mazelas e rotinas
E esquecemos de nossas quimeras e alegrias.
Porque a riqueza dos detalhes é deixada de lado?
Cada belo gesto, cada ternura contida em um ato,
Desprezados assim por pura distração.
Por que a vida é levada tão a sério?
E o que é o sério?
Sério não precisa ser siso,
Sério pode ser sensatez, já diz o dicionário.
E há forma mais séria de levar a vida,
Que deixar a felicidade inundar cada momento?
Por isso, me descubro a cada dia,
Procurando a diversão, um motivo pra rir,
Outro pra me sentir grata, outro ainda pro meu olho brilhar.
E ele sempre há de brilhar,
Por cada olhar redescoberto,
Por cada sorriso reconquistado,
Por todas as coisas novas que estão por vir,
Pela certeza de que tenho aptidão pra felicidade.

terça-feira, novembro 25, 2008

Telegrama

Hoje eu acordei com uma vontade danada
de mandar flores ao delegado,
de bater na porta do vizinho e desejar bom dia,
de beijar o português da padaria...


Emprestada do Zeca Baleiro

domingo, novembro 23, 2008

Paciência

Mesmo quando tudo pede
Um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede
Um pouco mais de alma
A vida não pára...

Enquanto o tempo
Acelera e pede pressa
Eu me recuso faço hora
Vou na valsa
A vida é tão rara...

Enquanto todo mundo
Espera a cura do mal
E a loucura finge
Que isso tudo é normal
Eu finjo ter paciência...

O mundo vai girando
Cada vez mais veloz
A gente espera do mundo
E o mundo espera de nós
Um pouco mais de paciência...

Será que é tempo
Que lhe falta prá perceber?
Será que temos esse tempo
Prá perder?
E quem quer saber?
A vida é tão rara
Tão rara...

Mesmo quando tudo pede
Um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede
Um pouco mais de alma
Eu sei, a vida não pára
A vida não pára não...

Composição: Lenine e Dudu Falcão

sábado, novembro 22, 2008

Miudinho

É que eu sambo direitinho
Assim bem miudinho
Cê não sabe acompanhar

Quero ver chegar junto
Prá me juntar, eh!
Me fazer sentir mais viva
Me apertar o corpo e a alma
Me fazendo suar
Quero beijos sem tréguas
Quero sete mi'léguas
Sem descansar

É que eu mando direitinho
Assim bem miudinho
Sei que você vai gostar

Partes da música Cabide, composição da Ana Carolina, interpretada pela Mart´nália.

terça-feira, novembro 18, 2008

Esses olhos...

Ah! Esses olhos inebriantes que não me canso de mergulhar,
Essa boca convidativa que não deixo de sentir,
Esses braços aconchegantes em que adoro me soltar,
Essas palavras curiosas que estou sempre ávida a ouvir.

Ah! Esses olhos que não canso de com os meus cruzar,
Esse sorriso tão gostoso que me faz também sorrir,
Esse carisma irradiante que eu não paro de admirar,
Essa sinceridade tão gritante que me impede de mentir.

Ah! Esses olhos que não se cansam de me chamar,
Que me fazem de todo o resto esquecer,
Porque a vida é curta e o tempo sempre a se apressar,
Sussurrando que ainda há tanto pra viver.

segunda-feira, novembro 17, 2008

Itália


L'Italia è intorno a me, chiedendo, a caccia di me...

PS. Depois de ler Comer, Rezar, Amar e começar minha maratona de O Poderoso Chefão, minha vontade de explorar a língua, o povo, a história em Roma, os campos da Toscana e os canais enebriantes de Veneza (adoro canais!) só ficou ainda mais aguçada...

sábado, novembro 15, 2008

Inquietude

Estou tão cansada da minha inquietude. Sei que ela me fez ir atrás de muitas coisas na vida. Mas também tem me feito empurrar outras pra longe.

Porque a inquietude, aos olhos menos avisados, parece insaciabilidade. E, às vezes, até mesmo pra mim, elas se confundem. Toda eu me confundo e, então, entro no meu mundo de pensar e pensar e esqueço o que tem lá fora.

Ultimamente, este blog tem sido o reflexo disso. Dessa minha inquietude. Deixei de colocar aqui todas as coisas boas, apesar delas terem continuado a acontecer, e me concentrei em escrever nos momentos de inquietude.

Guardei para o álbum de fotografias todas as coisas boas e para o meu livro de escritas meus fantasmas.

Estranhamente, escondi o álbum e deixei exposto o que não era necessário, o que era ínfimo e momentâneo.

Por causa dessa minha inquietude, que roubou minha paz. Aquela que cantei nesse mesmo livro de escritas...

terça-feira, novembro 11, 2008

Mente de macaco

Não é meu mais me cai como uma luva. Texto de Elizabeth Gilbert em Comer, Rezar, Amar.

"Como boa parte dos humanóides, carrego o fardo daquilo que os budistas chamam de "mente de macaco" - pensamentos que pulam de galho em galho, parando apenas para coçar, cuspir e guinchar. Desde o passado remoto até o futuro desconhecido, minha mente fica pulando a esmo pelo tempo, tendo dúzias de idéias por minuto, descontrolada e sem disciplina. Isso, em si, não é necessariamente um problema; o problema é o apego emocional que acompanha o pensamento. Pensamentos felizes me tornam feliz, mas - vupt! - com que rapidez torno a me prender em preocupações obcessivas, estragando a felicidade; (...) O outro problema é que essa pulação de galhos do pensamento é que você nunca está onde está. (...) É um pouco como o hábito da minha amiga Susan que, sempre que vê um lugar bonito, exclama quase em pânico, ' Que lindo isto aui! Quero voltar algum dia! ', e preciso lançar mão de todo meu poder de persuasão para tentar convencê-la de que ela está lá".

segunda-feira, novembro 10, 2008

Mais de Drummond pra você...

A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca e que, esquivando-nos do sofrimento, perdemos também a felicidade.

segunda-feira, novembro 03, 2008

Choque de realidade

A vida como ela é assusta os mais desavisados ou ingênuos. Não somos capazes de compreender a mesquinharia humana e o sistema em que vivemos. Somos todos marionetes, cobaias sendo testadas pra ver até onde agüentamos. Mas devemos suportar, nem que seja só de sacanagem...
E em homenagem ao choque de realidade que tive hoje, um pouquinho de Renato Russo:

É a verdade o que assombra
O descaso que condena,
A estupidez, o que destrói

Voltamos a viver
Como há dez anos atrás
E a cada hora que passa
Envelhecemos dez semanas...

Não vou me deixar embrutecer
Eu acredito nos meus ideais
Podem até maltratar meu coração
Que meu espírito ninguém vai conseguir quebrar.

domingo, novembro 02, 2008

Complexo de Cinderela

Partida pela ambivalência entre o complexo de Cinderela e minha criação espanhola matriarcal, sinto tremenda dificuldade em entender o que quero ou como quero. A menina Cinderela, frágil, que precisa ser cuidada, não se cansa de brigar com a mulher forte, independente e auto-suficiente que fui educada para ser.

Por vezes, sinto uma solidão algoz, um desejo incontrolável de colo e abraço, mas não sei pedir. Não aprendi como pedir nada a ninguém e sempre acabo me sentindo culpada por precisar de algo e ter que incomodar alguém por conta disso. Não que não seja rodeada de pessoas maravilhosas a quem poderia recorrer, muito pelo contrário! Mas sempre penso em como as tiraria de sua rotina tranqüila ou de seus afazeres com outras coisas e com as outras pessoas importantes da vida.

Sei que na minha geração é absolutamente normal (e muito prazeroso) ir ao cinema sozinha, preparar um jantar saboroso e trabalhoso só para você em um dia de semana qualquer, sentar no sofá para ver um bom filme ou ler um delicioso livro, muitas vezes acompanhada de um vinho ou de orgias alimentares. E faço tudo isso, claro! Mas esta mesma geração é meio Bridget Jones (All by myself... cena clássica) e obviamente tem seus dias de “cansaço” com toda essa independência.

Somado a tudo isso, o âmago do complexo de Cinderela, da princesinha que é “salva” de todas suas mazelas com toda a temática de um conto de fadas. Essa expectativa da mágica, das pessoas adivinharem seus desejos mais profundos, de tudo se resolver sem nenhum esforço maior, é mais um ingrediente pra confusão tipicamente feminina (digo feminina, porque desconheço as dúvidas intrínsecas ao mundo masculino).

Complicado é conseguir administrar todo esse “balaio” interno sem virar uma pessoa insuportável (para você e para os outros) e sem permitir que isso interfira nos seus pequenos prazeres da vida.